O prefeito Marcio Lacerda (foto) decidiu romper a aliança com o PSDB e lançou, ontem, a pré-candidatura de Paulo Brant à prefeitura de Belo Horizonte. As conversas entre os partidos que apoiam Lacerda vêm acontecendo há quatro meses. A última reunião foi na semana passada em Brasília, sem que PSB e PSDB chegassem a um acordo. Ontem, Lacerda reuniu os representantes dos diretórios municipal e estadual para definir os rumos que o partido iria tomar e ao final foi anunciada a decisão de lançar o nome do presidente da Cenibra, Paulo Brant, para a disputa. Para o agora pré-candidato, não houve uma ruptura. O que ocorreu é que não houve um entendimento. Como a eleição deste ano será mais curta, segundo Brant é preciso iniciar com a pré-campanha, com a definição de um plano de governo para administrar a cidade, além da necessidade de trabalhar para tornar seu nome mais conhecido do eleitor, dentro das limitações da legislação eleitoral.
Município vem mantendo serviços, mesmo com cortes no orçamento
Paulo Brant tem acompanhado a queda na arrecadação da prefeitura e o esforço de Lacerda para manter os serviços prestados à população. Segundo ele, no ano passado houve uma queda de 10% na receita do município e neste ano deve se repetir o mesmo percentual, um problema difícil de ser equacionado. Mas Brant disse que em relação a situação dos outros municípios, Belo Horizonte é um “oásis”, fato que justifica a boa avaliação de Marcio Lacerda, mesmo com a crise política e econômica.
Decisão difícil
Paulo Brant disse ainda que a decisão de entrar na disputa à prefeitura de Belo Horizonte não foi fácil. Ele enfrentou a resistência da família, devido ao desgaste da classe política brasileira. Ainda assim, ele entende que é possível manter os mesmos princípios, valores e ideias adotados na atual administração da cidade e que tem a aprovação da população.
PSB deve entrar na disputa em Belo Horizonte pura com Paulo Brant e Josué Valadão
O PSB pode lançar chapa pura para a disputa em Belo Horizonte. O prefeito Marcio Lacerda exonerou ontem o secretário de Obras, Josué Valadão, e se não houver uma aliança formal com outra legenda, Valadão deve assumir a vice, na chapa encabeçada por Paulo Brant. A legislação eleitoral exige a desincompatibilização para cargos no executivo, de até quatro meses antes das eleições.
PSDB já esperava o rompimento
A decisão do prefeito Marcio Lacerda de romper a aliança com o PSDB e lançar candidatura própria não chegou a surpreender os líderes tucanos. Os sinais de que isto iria acontecer já haviam chegado às principais lideranças do partido. O PSDB mantém a defesa do nome do deputado estadual João Leite para a disputa e vai trabalhar agora para oficializar a sua indicação.
Diálogo difícil
A conversa entre Marcio Lacerda (PSB) e o senador Aécio Neves (PSDB) foi se deteriorando ao longo desses quatro meses de discussão. Os dois chegaram a ficar sem conversar durante um bom tempo, quando a negociação pelo PSDB foi delegada ao senador Antonio Anastasia. No último mês Lacerda e Aécio voltaram a se falar, mas ainda sem avançar em um nome de consenso. Aliados de Lacerda alegam que ele levou várias sugestões, entre elas a de filiar Paulo Brant no PSDB para viabilizar a sua candidatura pelo grupo, ou ainda, a de apoiar a candidatura do vice-prefeito Délio Malheiros, que acabou se filiando ao PSD para assegurar legenda na disputa. Nenhuma das sugestões foi aceita por Aécio. Sem outro nome que pudesse unir os dois partidos, Lacerda decidiu seguir o seu próprio caminho, balizando-se em pesquisas qualitativas e em conversas com aliados.