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Pampulha é oficialmente Patrimônio Cultural da Unesco

Paulo César de Oliveira
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Oficialmente declarado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em reunião realizada ontem, em Istambul, na Turquia, o conjunto arquitetônico moderno da Pampulha precisa de muitos investimentos para atender às exigências da Unesco. A prefeitura terá três anos para fazer as adequações que vão da degradação da lagoa a conservação das construções originais. Na lista do prefeito Marcio Lacerda (foto) estão a conclusão da restauração “do museu, da Igreja, remodelação da praça Barbieri de acordo com o desenho original. Também queremos readequar a sinalização, manter um terminal de informação para turistas e cuidar dos jardins”. Lacerda fala em investimentos de R$ 100 milhões para o desassoreamento da lagoa e R$ 30 milhões para o tratamento de choque da água. Com esses recursos, Lacerda acredita que será possível a volta da prática de esportes náuticos na lagoa até o final deste ano e o título “aumenta o compromisso de tornar cada vez mais bonito e acolhedor a todos os seus habitantes”.

 

Foram 20 anos de espera

O processo de candidatura do Conjunto Moderno da Pampulha a Patrimônio Cultural da Humanidade teve início há 20 anos, em 1996 e foi retomado somente em 2012. Na pauta da 40ª sessão do comitê do patrimônio mundial da Unesco, em Istambul, na Turquia, os belorizontinos ainda assistiram a uma tentativa de golpe militar no país, fato que causou o adiamento da reunião. Retomada a discussão, no início da manhã de ontem, finalmente a cidade pode respirar aliviada.

 

Uma ideia e várias mãos

Idealizada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek no início dos anos de 1940, o conjunto arquitetônico da Pampulha ganhou forma nas mãos do arquiteto Oscar Niemeyer, do paisagista Roberto Burle Marx e de Cândido Portinari, autor do painel externo de azulejos da Igreja de São Francisco de Assis, que é um dos principais cartões-postais de Minas Gerais. Também participaram do projeto original, o engenheiro Joaquim Cardozo e os artistas Paulo Werneck, Alfredo Ceschiatti, August Zamoyski e José Pedrosa. Compõem o Conjunto Arquitetônico a Lagoa da Pampulha e sua orla, os jardins de Burle Marx, a Igreja de São Francisco de Assis, o antigo Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atualmente Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Tênis Club e a Praça Dalva Simão.

 

Reconhecimento do governo brasileiro

O governo brasileiro divulgou uma nota assinada pelos ministérios das Relações Exteriores e da Cultura afirmando que “a Unesco, ao reconhecer o valor universal excepcional da Pampulha, considerou o conjunto como símbolo de uma arquitetura moderna distante da rigidez do construtivismo e adaptada de forma orgânica às tradições locais e às condicionantes ambientais brasileiras. Essa abordagem pioneira, fruto da colaboração entre Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Candido Portinari, entre outros grandes artistas, criou uma nova linguagem arquitetônica fluida e integrada às artes plásticas, ao design e à paisagem”. Na nota o governo também se coloca como responsável pelas adequações exigidas pela Unesco. “Essas providências exigirão a ação conjunta dos governos federal, estadual e municipal, em harmonia com a comunidade local”.

 

Moradores e autoridades comemoram o título

Durante todo o domingo, moradores de Belo Horizonte, políticos e autoridades usaram as redes sociais para comemorar o título do Conjunto Moderno da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade. Foram postadas várias fotos dos principais cartões postais da cidade. O governador Fernando Pimentel, do PT, divulgou nota em que diz receber a decisão com muita alegria. “É com muita alegria que recebemos mais este reconhecimento da Unesco, que reafirma a posição de Minas Gerais como um berço da cultura e do patrimônio histórico no Brasil. O título concedido ao conjunto arquitetônico da Pampulha é a celebração do importante legado modernista deixado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e evidencia a diversidade cultural existente em nosso estado”. O senador Antonio Anastasia (PSDB) também se manifestou pelas redes sociais: “A Pampulha agora é oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade. Parabéns, Minas! Parabéns, BH”.

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