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Falta até sabão nas escolas públicas do Brasil

Paulo César de Oliveira
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A oferta de sabão pelas escolas públicas é a principal dificuldade a ser superada no Brasil para que se garantam condições adequadas de higiene aos alunos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – Pense 2015, divulgada ontem, cerca de 43% dos alunos da rede pública não tinham acesso a sabão na escola. Já na rede particular, apenas 3% dos alunos não tinham esse produto de higiene na escola. A existência simultânea nas escolas de pia ou lavatório em condições de uso com acesso à água e ao sabão é vivenciada por 61% dos escolares que frequentam o 9º ano do ensino fundamental. A disparidade entre as redes pública e privada não se limita apenas à questão da higiene. Embora 72,8% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental tenham quadra de esporte nas escolas que frequentam, na rede pública esse percentual é de 69,2%, enquanto na rede privada, de 94,1%. O acesso a vestiário existia em 22,2% das escolas na rede pública e 67,5% na rede privada. Consequentemente, somente 17,7% dos alunos da rede pública frequentavam escolas com ambiente mais completo para a prática de esporte (presença de quadra, material esportivo e vestiário simultaneamente). Na rede privada esse percentual era de 66,2%.

 

Experiência sexual começa cedo, com risco de gravidez

A pesquisa mostrou ainda que dos cerca de 2,6 milhões de estudantes que cursavam o 9º ano do ensino fundamental em 2015, 27,5% já haviam tido relação sexual (cerca de 723,5 mil). Em média, um aluno do 9º ano tem 14 anos de idade. Deste total, 39% (280,7 mil) não usaram preservativo na primeira vez e 33,8% (219,2 mil) não utilizaram na última relação sexual. Das meninas do 9º ano que haviam tido relação sexual, 9% disseram já ter engravidado. Essa realidade era mais comum entre estudantes de escolas públicas (9,4%) do que entre as da rede privada (3,5%). Pouco mais de 1% das meninas do 9º ano do ensino fundamental declararam já ter engravidado alguma vez (23 mil meninas), sendo o maior percentual registrado na região norte, (2,1%) e o menor na região sudeste (0,7%). Cerca de 105,2 mil (4%) estudantes do 9º ano relataram já ter sido forçados a ter alguma relação sexual. O percentual para meninos foi de 3,7% e para as meninas de 4,3%. Destes, um a cada três estudantes disse que o ato foi cometido por algum membro da família (pai, mãe, padrasto, madrasta ou outros familiares). A região norte (5,3%), Roraima (7,3%) e Mato Grosso (6,2%) apresentaram os maiores percentuais. Quanto à promoção de ações de prevenção e assistência em saúde, promovida pelas escolas, informando quanto à saúde sexual, os resultados revelaram que 87,3% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental receberam informações, na escola, sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e Aids.

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