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Senadores decidem hoje impeachment de Dilma

Paulo César de Oliveira
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O Senado decide hoje, a partir das 11 horas, o destino da presidente Dilma. Depois de um dia de muitos discursos senadores e longas falas dos advogados Miguel Reale e Janaina Paschoal, autores do pedido de impeachment, e do advogado de defesa da presidente, José Eduardo Cardozo, o ministro Ricardo Lewandowski, que preside as sessões do Senado, marcou para esta manhã a votação final. O processo de votação será rápido, sem manifestações individuais e os senadores responderão a uma pergunta se a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade e se deve ser afastada definitivamente do cargo, tornando-se ainda inelegível. Os votos serão nominais, com a utilização do painel eletrônico. Ontem os levantamentos feitos por diferentes veículos de informação indicavam, na média, 55 votos favoráveis ao impeachment e a existência de pelo menos nove senadores indefinidos ou que não revelaram o voto. Para o Palácio do Planalto o resultado será mais tranquilo, com pelo menos 60 votos favoráveis ao impeachment. Para o afastamento definitivo da presidente são necessários 54 votos. Caso este número não seja atingido o processo é arquivado e ela reassume o cargo imediatamente. Se, no entanto, os votos necessários forem alcançados, o vice Michel Temer toma posse, para um mandato até 1º e janeiro de 2019, logo após a proclamação do resultado em solenidade no Congresso, em sessão presidida por Renan Calheiros.

 

Vingança é um prato que se come frio

O senador Fernando Collor de Mello esperou 24 anos para dar o troco ao PT. Nas suas considerações ontem, no plenário do Senado, Collor releu os argumentos usados pelo PT, CUT e MST para a abertura do seu processo de impeachment, em 1992, e ainda ironizou com um “faço dessas as minhas palavras”. O impeachment, segundo ele, é usado também como um “remédio para quando o governo perde as rédeas do comando político do país” e a “cegueira econômica levou Dilma ao calvário”. Collor foi o primeiro presidente afastado. Mesmo tendo renunciado, o processo de impeachment teve continuidade. Depois ele conseguiu ser inocentado pelo STF.

 

De malas prontas

O presidente Michel Temer acredita que hoje sairá da interinidade e assumirá o governo. Tanto que decidiu que fará uma reunião ministerial depois de tomar posse. Ele tem agenda com empresários em Xangai, na China, na sexta-feira. Para cumprir o compromisso, Temer que embarcar às 17h de hoje. Vários políticos foram convidados a acompanha-lo, inclusive o presidente do Senado, Renan Calheiros. A previsão é a de que Temer faça o juramento às 13h, ou tão logo o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, declare a vacância do cargo e convoque o vice para assumir. Na sequência, Renan Calheiros convocará uma sessão conjunta da Câmara e do Senado para a posse de Temer. O discurso e o terno da posse já estão prontos.

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