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Os políticos com olhos em 2018

Paulo César de Oliveira
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As pedras já estão no tabuleiro e o jogo de 2018 começa a ser jogado. Verdade? Difícil de saber se as eleições municipais que se encerraram neste domingo dão mesmo alguma sinalização quanto a candidaturas, tanto para a presidência da República como para governos estaduais. A enorme pulverização partidária – pelo menos 31 legendas elegeram prefeitos Brasil afora- não indica o fortalecimento de nenhum grupo. Nas urnas ficou evidente foi o desgaste do PT que teve um desempenho pífio, bem abaixo do que imaginavam até mesmo seus mais pessimistas militantes. O PMDB continua na posição em que sempre esteve, com muitos prefeitos, mas nenhuma unidade, o que lhe tira a chances de tentar voos mais altos nos estados maiores, e o PSDB mostrou capacidade de encantar eleitores com vitórias numerosas e importantes, como na capital paulista já no primeiro turno. Mas por estranho que possa parecer, estas vitórias certamente aumentarão, ou vão expor as divisões internas do partido, especialmente na disputa presidencial. Houve um inequívoco fortalecimento do PSDB de São Paulo, o que faz prever que o comando da legenda voltará às mãos de um paulista. Em resumo, Alckmin (foto) passa a ser o líder, derrubando Aécio e até José Serra. Mas tudo o que se falar agora, inclusive o que está dito acima, é exercício de futurologia, especulações bem a gosto dos políticos. Vitória nas urnas não indica capacidade de influir à frente. Costuma, ao contrário, ser muito ruim para o político, caso ele não consiga realizar uma boa administração. E nada indica que, pelo menos nos próximos dois anos, portanto bem na hora das eleições de 2018, os eleitos agora tenham conseguido realizar algo, atendendo as aspirações do eleitorado. Nem os mais otimistas admitem que o país retome logo o crescimento econômico, permitindo assim a melhoria de renda da população, que ativa o consumo e, consequentemente, eleva a arrecadação pública. E prefeito mal avaliado costuma puxar para baixo o seu partido e seus padrinhos, normalmente parlamentares que precisam dos prefeitos para puxarem suas candidaturas. Analisando a disputa pelos diversos ângulos, e aqui estão apenas alguns deles, é que se vê que o tabuleiro não está armado. Por enquanto são peças de xadrez colocadas para uma disputa de jogo de dama. O quadro, vê-se, ficou ainda mais embolado. E ficará ainda mais se permanecer esta rejeição aos políticos, materializada no número de abstenções e na vitória de candidatos que se apresentaram como anti políticos. O quadro vai assim e só se altera se Temer conseguir fazer milagre.

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