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Seu dever, seu direito não é apenas votar. Você tem a obrigação de fiscalizar também

Paulo César de Oliveira
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Mais de 63,5 mil candidatos foram eleitos em outubro de 2016, com os votos de mais de 144 milhões de eleitores. Para lembrar aos eleitores que eles são os responsáveis por suas escolhas e precisam exercer o dever, não apenas o direito, de fiscalizar as ações daqueles que colocou nos cargos, a Justiça Eleitoral está veiculando uma campanha inédita, com o mote “Cobre, fiscalize, participe. A cidade é sua, é de todos nós!”. A campanha busca conscientizar os eleitores de que o seu papel na democracia vai muito além do voto, devendo também acompanhar as ações dos candidatos eleitos, verificando se as promessas de campanha estão sendo cumpridas e cobrando a implementação de medidas benéficas para a coletividade. Esta iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho é interessante. É preciso mesmo que a população se conscientize de que a democracia não se exerce apenas pelo ato de votar. Democracia exige o exercício da cidadania, de cobrar, exigir dos eleitos responsabilidade com os compromissos assumidos e com a honestidade e ética que, aliás, têm sido artigos raros na política. Que venham outras iniciativas iguais a esta, quem sabe patrocinada pelos ditos “movimentos sociais” que, até aqui, só prestam serviços aos seus comandantes e donos e a grupos políticos bem determinados.

Basta dar uma olhada na vida política nacional para se ver o quanto faz falta esta ação de fiscalização que o TSE procura incentivar com a sua campanha. Quando se fala em vida política, é importante alargar o conceito e lembrar que também nos municípios há muita incompetência administrativa, muita corrupção. As ações do Ministério Público e da polícia nos deixam evidente um quadro de assustar. Com o padrão de administração pública que temos na União, nos estados e nos municípios, está claro que dificilmente sairemos desta crise num prazo pelo menos razoável. Será difícil tirar o país da crise com a elite governante atual. E que não se culpe o mau político apenas. O mau político existe por causa do mau eleitor. É o eleitor o responsável final e direto pelo quadro político. Daí a importância da campanha publicitária do TSE que assume um papel de protagonista na luta pela melhoria de nossa política. Que os demais tribunais assumam o seu papel também. Autorizar a posse de vereador condenado, que comparece algemado na cerimônia de posse, em nada contribui para a democracia. Pode parecer um ato de respeito aos direitos individuais. De respeito ao voto. Parece, mas, no fundo, é um ato de irresponsabilidade, não menor do que o ato de votar em pessoas sabidamente desonestas.

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