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Mais uma semana de expectativas e sustos

Paulo César de Oliveira
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Começa mais uma semana de horror na política brasileira. Mas qual semana não tem sido de horror nos últimos meses? O que esta tem de especial, é a possibilidade concreta de, finalmente, o procurador Rodrigo Janot (foto) apresentar sua lista de mais um grupo de políticos envolvidos no esquema de corrupção apurado pela Lava Jato. Já se falou em duzentos nomes. Agora falam em setenta, envolvendo lideranças de vários partidos. Esta incerteza quanto a números, e principalmente quanto a nomes, é muito ruim para o país. Não há razão para a demora na indicação de possíveis culpados. O resultado é que todos ficam sob suspeita, embora se saiba, com razoável margem de certeza, os cabeças coroadas que aparecerão na lista. Aparecer na relação indica certeza de envolvimento nas “maracutaias”? Não necessariamente, mas a citação por delatores é um forte indício. Pelo sim, pelo não, o movimento pela anistia dos que pegaram propinas, apelidada de caixa2, denominação fartamente explorada pelo brilhante jurista e ex-ministro da Justiça no governo de Lula, Márcio Thomas Bastos, para salvar seu chefe no processo do mensalão, vai ganhando corpo, angariando apoio dos que se sentem ameaçados de aparecerem nesta ou em outras listas. Para Lula, quanto maior a lista, melhor. O ex-presidente sabe que seu nome, direta ou indiretamente, estará envolvido em listas destes tipos. Se ao lado de coroados da oposição, melhor. Vai servir para corroborar sua tese de que ele e outros petistas não fizeram nada a mais do que todos fazem. E se todos são iguais, porque não votar nele, que é mais conhecido e testado. Lula acredita tanto que possa ser anistiado ou se beneficiar com o truque do “ são todos iguais”, que já começa a tratar com mais objetividade a armação de uma estrutura para campanha de 2018, quando disputaria a presidência. Um grupo de economistas e de outras áreas, já trabalha na formulação de um projeto econômico cujo mote seria desenvolvimento com consumo, mas com responsabilidade fiscal. Sendo isto mesmo, é quase uma confissão de que em seu primeiro mandado, estimulou o consumismo sem responsabilidade fiscal. Disto resultou a crise atual.

Mas nem só de lista se movimentará a semana. Os debates em torno da reforma da previdência entram numa fase mais aguda com o final do prazo para apresentação de emendas. Os chamados “movimentos sociais” e os oportunistas anunciam que vão para as ruas a partir desta semana contra a reforma previdenciária, sem, no entanto, apresentar alternativas para a correção do rombo nas contas do setor. O SindUTE, que representa o pessoal da educação, garante que na quarta-feira inicia uma greve geral para cobrar do governador Pimentel a regularização do pagamento dos salários e a correção salarial prometida. Pouca gente acredita nesta greve exatamente por estar sendo comandada por petistas e seus aliados.

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