A redução da taxa básica de juros, a Selic, contribuirá para a retomada do crescimento econômico do Brasil, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn (foto), em audiência pública, ontem, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em Brasília. “Do lado do Banco Central, continuaremos a trabalhar com persistência e serenidade. Estamos certos de que, em complementação a outros esforços do governo, a flexibilização da política monetária contribuirá para a retomada do crescimento. Quanto mais perseverarmos nas reformas e ajustes, mais rápida será a recuperação econômica, com geração de emprego e renda para os brasileiros”, disse. Goldfajn afirmou que era importante fazer com que as projeções para a inflação ficassem na meta para então iniciar o corte dos juros. “Essa evidência também corrobora a necessidade de a política monetária, primeiro, ancorar as expectativas de inflação para depois iniciar o processo de flexibilização monetária. E não tentar o contrário, com resultados duvidosos”, destacou.
Metas estão sendo superadas
A meta de inflação é de 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Na audiência, o presidente do Banco Central lembrou que a expectativa do mercado para a inflação ao final deste ano está em 4,1%. Para 2018, a projeção é de 4,5%. “Com expectativas ancoradas, o Banco Central, iniciou no final do ano passado, um processo de flexibilização monetária sustentável. E há expectativa, por parte dos analistas de mercado, de flexibilização adicional no futuro”, acrescentou. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano. Na audiência, Goldfajn disse ainda que a economia deve se recuperar este ano, com expectativa de crescimento maior em 2018. “Estamos em momento de estabilização com sinais de que o pior pode ter ficado para trás. O crescimento em 2018 deve ser maior do que de 2017”, disse.