Há quem garanta que esta é a maior crise política, econômica e moral que o país passa nos últimos 50 anos. Com certeza. Quem diria que um Aécio Neves (foto), que na última eleição presidencial passou perto de subir a rampa do Palácio do Planalto, estivesse encalacrado na Lava-Jato e, agora com os irmãos Batista, do grupo JBS, que o acusam de ter levado 60 milhões de reais durante a campanha eleitoral e mais dois milhões de reais para pagar advogados. Quem poderia imaginar que um presidente da República receberia um empresário – cuja fama já não era das melhores – às 23h40 no Palácio Jaburu? Não deveria ser boa coisa. Como se não bastassem todas as denúncias feitas até agora, os dois empresários do grupo JBS, Joesley e Wesley Batista, depois de todo o mal que fizeram ao país, simplesmente fazem o acordo de delação premiada e recebem como prêmio, viajar leves, livres e soltos para Nova York, sem nem mesmo a necessidade de uso de tornozeleira eletrônica. Onde fica a nossa vetusta justiça? No caso dos “açougueiros” nunca se viu tanta grana de propina. Os irmãos Batista conseguiram superar a Odebrecht, que teve um de seus donos, Marcelo, preso há dois anos e que está aguardando a decisão da Justiça por ter praticado crime semelhante. Mesmo com a gravidade dos atos cometidos pelos irmãos Batista, eles não tiveram nenhum corretivo além de multa de 225 milhões, o que não é nada para eles, e que até agora não aceitaram pagar. Como consequência dessas delações, temos um presidente a um passo da renúncia, tentando sobreviver desqualificando as denúncias, que segundo Temer, são mentirosas. A verdade é que o pais, como diria Stanislaw Ponte Preta tornou-se um “samba do crioulo doido”.