Diante de restrições financeiras, mas de olho na recomposição de seu portfólio exploratório, a Petrobras anunciou nessa quinta-feira que exercerá o direito de preferência em apenas três dos oito prospectos que serão ofertados nos dois leilões do pré-sal, sob regime de partilha, em outubro. A Petrobras estimou em 810 milhões de reais o valor correspondente ao bônus de assinatura a ser pago pela companhia, considerando que os resultados dos leilões confirmem apenas as participações mínimas de 30 por cento indicadas em cada bloco. Tal montante, disse o presidente da empresa, Pedro Parente (foto), equivale a 0,3 por cento do plano plurianual de investimento da companhia, de cerca de 74,1 bilhões de dólares, e não impacta as metas da petroleira, que busca reduzir seu elevado endividamento. Na segunda rodada do pré-sal, a empresa informou que exercerá a preferência para a área unitizável adjacente ao campo de Sapinhoá, um dos maiores do Brasil já em produção, enquanto na terceira a estatal exercerá preferência nos prospectos exploratórios de Peroba e Alto de Cabo Frio Central. Para a escolha das áreas, além de levar em conta o aspecto técnico, indispensável do ponto de vista empresarial, a Petrobras também precisou avaliar com cuidado os seus balanços financeiros. “Todas as áreas são muito boas. Sem dúvida nenhuma, nem poderia ser diferente, as decisões (sobre a preferência) levaram em conta restrições de natureza financeira”, afirmou o presidente da Petrobras, em conferência para tratar do tema. No passado, a Petrobras era obrigada a ser operadora em todas as áreas do pré-sal. Na nova regra, além de ter o direito de decidir antes do leilão se será ou não operadora das áreas ofertadas, a empresa terá ainda o direito de confirmar seu interesse em ser a operadora no dia do leilão, caso a oferta vencedora esteja acima de sua capacidade financeira. Se a empresa desistir de ser operadora, o consórcio vencedor irá decidir quem ficará com a parcela que pertenceria à estatal.