Começou a semana em que tudo pode acontecer na política brasileira, inclusive o mais provável: nada. A semana, pensando bem, será o desdobramento dos fatos da passada, quando muitos foram gerados, em sua maioria propositadamente, para aumentar o tumulto. Mas a expectativa maior fica mesmo por conta do início do julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, presidido pelo polêmico ministro Gilmar Mendes (foto), amanhã, da ação em que o PSDB pediu a cassação do registro da chapa Dilma/Temer, nas eleições de 2014, por corrupção e abuso de poder .Apontada pelos petistas como uma tentativa ‘tucana’ de levar a disputa eleitoral para um terceiro turno, a ação ficou dormitando pelos escaninhos do TSE, quase foi extinta mas acabou ganhando força, na medida em que foram surgindo os fatos da Lava Jato. Cresceu tanto que acabou virando um incômodo para todos, inclusive para os “tucanos’, após o impeachment de Dilma. Com o distanciamento dos pais biológicos, a ação vai sobrevivendo com os carinhos dos pais adotivos, a oposição, que vê nela o caminho mais curto para tirar Temer do poder. Amanhã os ministros eleitorais começam a discutir a ação com preliminares a decidir. A pauta do TSE está fechada por quatro dias, reservada para o julgamento. Poucos acreditam que a reserva será usada. A maioria não cética, mas realista, acredita mesmo que bem antes o julgamento será “melado” por uma manobra política qualquer, muito provavelmente um pedido de vista. É que o país já vive uma discreta anomia, quadro que poderá ser agravado com a cassação da chapa, com sérios prejuízos para a economia. E para os 14 milhões de desempregados. É esperar para ver. Tem quem aposte que se Temer vencer junho, ele vai até o final do mandato.
Capengando, mas vai.
Quem faz política no Brasil está com um olho no TSE e outro em Curitiba, de onde podem sair algumas bombas. A delação de Antônio Palocci, por exemplo, ninguém sabe como está, mas espera-se que comece a vazar, como tem sido a prática, logo. A se esperar também o início do processo de radicalização do PT, anunciado por Lula durante o encontro do partido, em São Paulo, na semana passada. Lula deixou claro que, para se defender contra a Lava Jato, a legenda não hesitará em radicalizar seu discurso e sua ação, forçando recuos. Miram nas reformas para ganhar espaço que os fortaleça diante de seus julgadores. Até que ponto irá esta radicalização é a expectativa. No meio político especula-se até que a eleição de Gleisi Hoffmann para a presidência da legenda seja um ato de provocação. Afinal, ela também é do Paraná e foi eleita mesmo estamos respondendo processo por corrupção. Só para provocar, garantem alguns. E ainda tem o Aécio como um dos fatos da semana…