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BC mantém projeção de baixo crescimento e reduz projeção da inflação

Paulo César de Oliveira
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O Banco Central (BC) manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu estimativa para a inflação. De acordo com o Relatório de Inflação, divulgado em Brasília, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), segue em 0,5% para 2017. Sobre a inflação, o Banco Central diz que “permanece favorável, com desinflação difundida inclusive nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic]”, diz o relatório.

 

A inflação vista em quatro cenários possíveis

No documento, as projeções para a inflação são apresentadas em quatro cenários. A “projeção central”, elaborada considerando as estimativas do mercado para a taxa de juros e o câmbio, indica inflação em torno de 3,8%, 0,2 ponto percentual abaixo da divulgada no relatório de março. Para o fim de 2018, a projeção permaneceu em 4,5%. Na estimativa para a inflação em 12 meses encerrados no final do segundo trimestre de 2019, o índice cai para 4,3%. No cenário com taxa de câmbio constante em R$ 3,30 e taxa Selic estimada pelo mercado financeiro, a projeção para a inflação este ano fica em 3,8% e sobe para 4,3% em 2018, abaixo do centro da meta perseguida pelo BC (4,5%). O BC também divulgou as projeções feitas com taxa de juros inalterada no atual patamar (10,25% ao ano), mas considera essas estimativas “pouco informativas” porque a Selic está em processo de redução. “Entretanto, no espírito de manter elevado grau de transparência, o Relatório de Inflação também reporta as projeções condicionais que supõem taxa Selic constante”, diz o BC. No cenário com taxa de juros e câmbio constantes, a inflação fica em 3,8%, em 2017 e em 3,9%, em 2018. Por fim, no cenário com câmbio projetado pelo mercado financeiro e Selic constante, a inflação fica em 3,8%, este ano, e em 4% em 2018.

 

Recuperação será lenta e gradual

A economia brasileira deve se recuperar gradualmente, afirmou o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana de Carvalho (foto). O BC manteve a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), em 0,5% em 2017, no Relatório de Inflação. “Riscos sempre há, mas temos esse diagnóstico de que a estabilização ocorreu e que as perspectivas são de recuperação gradual”, disse o diretor ao apresentar o relatório. No documento, o BC destaca que as reformas propostas pelo governo, da Previdência e trabalhista, são necessárias para a recuperação da economia. “A manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade”. Viana também afirmou que mudanças no ritmo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, dependem da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e de expectativas para a inflação. Na última reunião o COPOM admitiu flexibilizar o ritmo de queda da taxa. “Em nenhum momento, nós nos comprometemos com decisões futuras. É condicional”, disse o diretor. Ele acrescentou que o Copom mostra os fatores que podem indicar a “direção que parece mais provável”, mas não há nada pré-definido.

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