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Pimentel fala no 22º Congresso Brasileiro de Economia que estamos no pior dos mundos

Paulo César de Oliveira
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O governador Fernando Pimentel (foto) evitou a imprensa após o desfile de 7 de setembro, ontem, na avenida Afonso Pena. Mas durante a abertura do 22º Congresso Brasileiro de Economia, no Minascentro, ele voltou a falar do que chama de maior crise política e institucional da história brasileira. Segundo Pimentel, “estamos vivendo uma crise política e institucional como nunca vimos no país. Venderam a solução de uma ruptura institucional como se ela, uma vez consumada, fosse trazer de volta as boas expectativas e a confiança do mercado. Ledo engano. A crise só se aprofundou e, agora, estamos no pior dos mundos, porque nem temos as boas expectativas nem temos mais a estabilidade política e institucional que só o voto democrático dá a um país como o Brasil”. Em um tom de quem não tem grandes expectativas de melhora na economia, Pimentel falou que o que resta, neste ano é conseguir manter as instituições funcionando e defender o patrimônio público “desse verdadeiro assalto que o país está sofrendo”.

 

Economista

Fernando Pimentel, que também é economista, aproveitou o ambiente em que está acostumado a discutir as suas ideias para dizer que a tarefa do economista, antes de tudo, ”é buscar o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável, estruturada e não se deixar levar pela tentação de alcançar resultados fiscais, que são sempre temporários, sacrificando aquilo que é permanente de um país que é o seu patrimônio construído pelo seu povo ao longo de décadas e séculos”. O presidente do Corecon-MG, Paulo Bretas, por sua vez, ressaltou que a democracia requer transparência e que a isenção é, muitas vezes, uma ilusão. Para ele, os economistas devem persistir na busca de respostas para essas grandes questões que afligem as sociedades e elegeu quatro problemas que precisam de solução: desigualdade social, o endividamento público e o déficit fiscal, a baixa produtividade das empresas e péssima qualificação dos trabalhadores e ainda, o comportamento pouco competitivo das empresas brasileiras

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A relação entre o câmbio real competitivo e seus efeitos sobre a inflação e os salários

As muitas mesas de discussão do 22º Congresso Brasileiro de Economia, que termina hoje, no Minascentro, tem levantado discussões sobre o que acontece no país. Na palestra de abertura do evento, o professor honorário da Universidade de Buenos Aires e pesquisador do Centro de Estudios de Estado y Sociedad (Cedes), Roberto Frenkel, falou da relação entre o câmbio real competitivo e seus efeitos sobre inflação e salários reais. Frenkel entende que o tamanho da influência sobre essas variáveis depende da proporção de bens e serviços internacionais que são consumidos pelos assalariados e ressaltou que, independentemente do alcance dessa influência, a desvalorização acelera a inflação e provoca a redução de salários reais.

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