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Os insaciáveis políticos e suas estratégias para levar vantagens

Paulo César de Oliveira
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Acho que todos nós esperávamos mais desta semana. Imaginávamos nós, cidadãos comuns, que superada a crise de um possível afastamento do presidente Temer, por causa de denúncias de corrupção, o país, enfim resolveria, ainda em 2017, pelo menos parte daquilo que já deveria ter resolvido há alguns anos. Tínhamos o direito de pensar assim, afinal pagamos caro pela ponte na qual atravessamos a crise. Pagamos bilhões pelos votos que mantiveram Temer, uma solução que, se não foi a melhor, foi a possível para o país. Mas os bilhões gastos com pagamentos de emendas e entrega de cargos serviram apenas para saciar a ganância dos políticos naquele momento. São muito claros os sons da insaciedade dos políticos. Aliás, diz a sabedoria popular, políticos são como os gatos que vivem miando e mamando. Os miados deles são os “mimimis” que levantam, criando as dificuldades para poderem vender suas facilidades. Ou tem outras razões que explicam o comportamento de Rodrigo Maia que no meio da crise política abre uma batalha contra as Medidas Provisórias com as quais sempre conviveu em clima de harmonia, anunciando que passará a devolver as que não forem enviadas estritamente dentro do que determina a lei? Maia posa de sério num momento de dificuldades, buscando se apresentar como uma ilha paradisíaca num mar de lama. Errado ele não está no conteúdo. O que estiver fora das regras não deve mesmo ser votado, mas porque se rebelar logo agora, em pleno incêndio, depois de ter pautado outras, ou mesmo deixar de pautar PECs que, há anos estão nas gavetas e que endurecem as regras das MPs? Maia tem que ter o senso do momento político e não o senso do oportunismo político. É com este senso de oportunismo que ele procura se colocar como credor de Temer, anunciando que não acatará as duas dezenas de pedido de impeachment contra o presidente. Para que mesmo falar neste assunto agora? Maia quer vantagens ou, no mínimo, dividir a cadeira do poder utilizando as armas de que dispõe como presidente da Câmara. Corre o risco de ficar com um terço apenas da cadeira. É que Lula também almeja um espaço, usando as armas de comandante do Exército de Brancaleone da oposição que percorre as áreas mais pobres do Brasil, com a desculpa de que quer ouvir o povo. Mas é Lula quem mais fala, se colocando como vitima de um bando de homens maus, que querem lhe tirar o brinquedinho com o qual pretende disputar, mais uma vez, a eleição presidencial. Estranho que nem a Justiça Eleitoral, nem seus opositores questionem a campanha eleitoral extemporânea, disfarçada em caravana em defesa da democracia. A segunda destas caravanas termina hoje, em Belo Horizonte.

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