O novo presidente nacional do PSDB e governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (foto), eleito ontem na convenção do partido, vai convocar uma reunião da Executiva Nacional e da bancada tucana na Câmara nesta semana para definir o posicionamento do partido na votação da reforma da Previdência. Alckmin disse ser favorável ao fechamento de questão a favor da proposta do governo, mas adotou um tom cauteloso ao se referir à posição do partido. “Pessoalmente, sou favorável à reforma da Previdência. Já a fiz, em 2011, em São Paulo. A minha posição pessoal é pelo fechamento de questão, mas essa não é uma decisão só da executiva do partido. É também da bancada. Acho que o caminho agora é o caminho do convencimento”, disse Alckmin, que foi escolhido novo presidente do PDSB por 470 votos a favor, três contrários e uma abstenção. Quando um partido fecha questão sobre uma votação, os parlamentares que não acompanham a decisão da executiva podem sofrer penalidades, como suspensão de atividades partidárias ou até mesmo expulsão da legenda. Essa semana, o PMDB e PTB fecharam questão a favor da aprovação da proposta do governo para a reforma da Previdência.
Aécio defende a reforma e sai da convenção sob vaias
Durante a 14ª Convenção Nacional do PSDB, outros líderes do partido também se posicionaram a favor da reforma. Alberto Goldman, que ocupou a presidência interina do partido até a eleição de ontem, defendeu a proposta feita pelo governo de Michel Temer. Goldman, no entanto, não deixou claro se o partido vai permanecer na base aliada do governo. O assunto não foi discutido oficialmente na convenção. O senador Aécio Neves (MG), que era presidente do partido até maio, quando pediu afastamento, também se mostrou favorável à reforma. “Pior do que vir a reforma da Previdência sem os votos do PSDB é vê-la não aprovada pela ausência dos votos do PSDB”, disse. O senador foi vaiado ao entrar no auditório em que ocorreu a convenção e ficou menos de uma hora no local
PPS fecha questão, mas não vai exigir obediência
O diretório nacional do PPS decidiu ontem, em Brasília, fechar questão a favor da reforma da Previdência, que tem como relator o deputado Arthur Maia, filiado ao partido. Quando isso ocorre, os parlamentares da legenda ficam obrigados a seguir a orientação do partido sob pena de punição. No entanto, como há divergências dentro do partido, especialmente na bancada na Câmara dos Deputados, é improvável que a sigla puna os desobedientes. As divergências entre a direção do partido e parte da bancada na Câmara ficaram claras ontem, durante a reunião do diretório nacional, quando apenas dois deputados se colocaram a favor da mudança nas regras da aposentadoria e seis não compareceram ao encontro. O presidente do partido, deputado Roberto Freire, ex-ministro da Cultura do governo Temer, disse que não pedirá aos deputados para seguirem a determinação da direção do partido e lamentou as divergências. “Quero trazer para a direção nacional, da qual eles todos [deputados] fazem parte, a decisão, que é uma postura política. Ninguém quer punir ninguém, quer dizer qual a posição política deste partido. Ou nós não temos? Não é falta de respeito a direção nacional fechar questão em algo fundamental para um partido reformista”, acrescentou Freire.