Estudioso da ação de organizações criminosas, o desembargador aposentado Wálter Maierovitch (foto) diz que o fortalecimento da maior facção brasileira, o Primeiro Comando da Capital (PCC), e o acirramento de conflitos entre gangues nos estados podem impactar as eleições deste ano. Em entrevista à BBC Brasil, Maierovitch diz que o PCC ainda não alcançou o peso econômico de antigos grupos mafiosos italianos ou de cartéis colombianos e marroquinos mas a facção paulista vem expandido sua atuação e tem força suficiente para influenciar a votação em outubro. Segundo o desembargador, há relatos de que o PCC patrocina eventos de igrejas na periferia de São Paulo. Afirma ainda que facções criminosas têm interesse em se infiltrar no poder político para costurar acordos que reduzam a repressão policial em certas áreas. Segundo ele, um acordo desse tipo já vigora na periferia de São Paulo. “A polícia não vai à periferia, onde o PCC atua livre, leve e solto. Há uma lei do silêncio na periferia de São Paulo.” Em nota enviada à BBC Brasil, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo contestou as declarações.