Centenas de pessoas ocuparam a Praça da Liberdade ontem para protestar contra o habeas corpus do ex-presidente Lula (foto). Ministros do Supremo Tribunal Federal decidem hoje se Lula deve ser preso imediatamente, por já estar condenado em segunda instância, ou se fica livre até que sejam esgotados os recursos apresentados para questionar a condenação de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionada ao triplex, no Guarujá. Dois trios elétricos foram montados na praça, um do MBL e outro do Vem pra Rua, os organizadores da manifestação. Faixas, bandeiras do Brasil, cartazes e Pixulecos foram usados pelos manifestantes durante o protesto. Na Praça Afonso Arinos, um grupo fazia um ato público a favor de Lula. Um carro de som ajudava a manter os manifestantes no local. Foram levadas faixas com críticas ao juiz Sergio Moro, responsável da condenação de Lula, que foi referendada na TRF 4 e ampliada a pena, que de 9 anos passou para 12 anos e um mês.
Protestos em todo o país
Pelo menos seis quarteirões da avenida Paulista foram tomados por manifestantes, em sua maioria vestidos de verde-amarelo para protestar contra o ex-presidente Lula. Além dos gritos contra Lula, os manifestantes também provocaram dizendo “eu vim de graça” e responderam ao apelo da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para que as pessoas tenham serenidade, com uma faixa onde se lia “ministra Cármen Lúcia, o povo é tolerante sim, mas não é burro”. Os protestos aconteceram em várias partes do país. No Rio de Janeiro, além dos carros de som, alguns atores também decidiram mostrar a cara. Victor Fasano, Luana Piovani e Carlos Vereza participaram do ato em Copacabana, organizado pelo movimento Vem Pra Rua. Em Brasília, manifestantes ergueram mais cedo um boneco inflável do juiz Sérgio Moro vestido de super-herói na área da Biblioteca Nacional. Muitos se abrigaram da forte chuva que caiu na capital federal em marquises de ministérios. Hoje não serão permitidos protestos em frente ao Supremo Tribunal Federal. A sessão está marcada para começar às 14h.
Liberar funcionário para protestar é abuso de poder
Dispensar empregados para que participem de manifestações políticas configura abuso de poder diretivo e viola o direito à liberdade de expressão e convicção política. Com esse entendimento, a 9ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte determinou que a Sky parasse de convocar trabalhadores para o ato do movimento Vem Pra Rua, nesta terça-feira, a favor da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido de tutela de urgência foi aberto pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Estado de Minas Gerais (Sinttel-MG) e pela Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações (Filtratelp), com a denúncia de que a empresa teria divulgado em sua intranet um comunicado sobre dispensa às 16h, com uma recomendação de que todos os funcionários participassem da manifestação, sem descontos no salário ou compensações.