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Não destruam a democracia brasileira

Paulo César de Oliveira
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É preocupante os rumos que o país vai tomando com o julgamento e prisão do ex-presidente Lula. Não seria justo dizer que apenas os petistas são culpados pelo quadro de violência que tomou conta do país nos últimos meses. Há provocações também dos antipetistas, muito embora sejam os seguidores de Lula os maiores responsáveis pelos tumultos e agressões dos últimos dias. A transformação do Movimento dos Sem Terra em milícia petista agravou este quadro de insegurança que pode levar a reações imprevisíveis de cidadãos e do Estado. Neste aspecto, foram absolutamente irresponsável as declarações do presidente Lula em seu discurso, em frente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, pouco antes de ser preso, conclamando a milícia do MST a continuar invadindo, terras, bloqueando rodovias e promovendo pichações, como ao prédio da ministra Cármen Lúcia, em Belo Horizonte, como forma de luta social. Ao estimular a violência e o vandalismo, Lula, que fez isto como forma de manter ativo o movimento a favor de sua liberdade, chancelou a reação no mesmo nível de violência. O papel dos que se colocam como líderes de massa não é, nem pode ser este. Lula tem sim o direito de lutar para provar sua inocência o que não pode é, ajudado por bem remunerados advogados, destruir a democracia brasileira para tentar provar o que diz ser: inocente. Estas manifestações de hostilidade às instituições, de tentativa de desmoralizar pessoas, podem acabar custando caro ao PT. A violência assusta a classe média, que sempre foi o sustentáculo de Lula e, certamente, ela se afastará ainda mais de Lula, caindo no colo do centro ou de alguma candidatura mais à esquerda. Em tudo esta tentativa de fazer prevalecer a voz manipulada das ruas sobre a lei é burra. Vomitando ódio e violência em suas falas, Lula acaba se transformando num perigo real à democracia e colocando contra si vozes que poderiam ser de boa vontade na análise de seus processos. É bom lembrar que ele tem outros seis processos em andamento, dois deles sob a responsabilidade de Sérgio Moro (foto). Os petistas e seu líder deveriam lembrar que, muitas vezes, o ostracismo, mesmo que apenas momentâneo, é o melhor caminho para se salvar reputações. E para tirar condenados das grades.

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