Blog do PCO

FIEMG considera que paralisação, mesmo justa, passou dos limites

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

Privatização da Petrobras, fim da estabilidade no serviço público, redução do Estado e reforma fiscal, são algumas das propostas que os industriais mineiros vão defender para o país e que ficaram definidas ontem, em reunião na Federação das Indústrias-FIEMG, com a participação de mais de cem lideranças do setor em Minas, várias delas através de vídeo conferência. O presidente da Federação, Flávio Roscoe (foto), que assumiu o cargo na quinta-feira passada, concorda que a pauta deveria fazer parte do debate político das eleições deste ano, mas não vê chances de que sejam assumidas pelas entidades patronais, por não existir concatenação entre elas. Roscoe não vê também a possibilidade de uma maior participação de empresários na disputa eleitoral nem engajamento de entidades em candidaturas, apesar da consciência de todos quando a necessidade de mudanças. “Assumir uma participação política direta, é uma questão de foro íntimo, mas não vejo muito ânimo dos empresários para isto. Há um enorme desgaste da classe política e isto afasta as pessoas. Além disto, percebe-se que as candidaturas de empresários, todos eles competentes, não têm conseguido sensibilizar o eleitorado” Mesmo sem a participação direta, Roscoe garante que os empresários vão lutar para que suas propostas entrem na pauta da discussão política do país. Sem as mudanças que estão propondo, os industriais mineiros temem pela viabilidade econômica do país.

 

Assustados

Mesmo reconhecendo justas as reivindicações dos caminhoneiros e criticando a política de preços da Petrobras e a alta carga tributária que incide sobre a atividade produtiva no país, os industriais mineiros consideram que a paralisação já passou dos limites. Segundo Flávio Roscoe, a economia mineira vem sofrendo prejuízos diário que já ultrapassaram os R 6,6 bilhões, sendo R$ 1,35 bilhão, só no setor industrial o que implicou numa redução de R$ 491 milhões na arrecadação de tributos. Para ele, vários segmentos da indústria e de outros setores da economia, estão ficando irremediavelmente comprometidos, e muitas empresas poderão falir , agravando ainda mais o quadro da economia. Ele adverte que, mantida a paralisação, haverá dificuldades até mesmo para as empresas pagarem os salários de seus funcionários, pois elas já encontram restrições de crédito em alguns bancos. Além disto, as seguradoras já avisaram que suspenderam os seguros de cargas. “Os efeitos desta paralisação ainda serão sentidos por muito tempo e a cadeia produtiva de muitos segmentos terão sérias dificuldades para se recompor”. O presidente da Fiemg diz temer ainda por uma convulsão social sem controle, quando começar a faltar comida para a população. “É fundamental que o Estado use a sua força para restabelecer a normalidade, desobstruindo estradas e assegurando a livre circulação de mercadorias e bens no país”. O posicionamento dos industriais mineiros, expresso em uma carta aprovada na reunião de ontem, foi levada ao governador Fernando Pimentel.

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.