O candidato da Rede, João Batista dos Mares Guia (foto), apresentou ontem as suas propostas e programas para governar Minas, no almoço-palestra do Conexão Empresarial – Série Eleições 2018, no Espaço V, em Nova Lima. O evento é promovido pela VB Comunicação e é voltado a empresários, políticos e autoridades. Durante a sua apresentação, ele criticou as gestões de seus adversários o ex-governador Antonio Anastasia, que disputa pelo PSDB, e o governador Fernando Pimentel, que busca a reeleição pelo PT.
Herança maldita
Ciente da situação financeira em que o governo de Minas se encontra, com déficit orçamentário, atraso nos salários dos servidores, dívida com as prefeituras e fornecedores e queda nos índices de educação, ele afirma que “não pode ter crise pior do que esta”. Ainda assim, se chegar ao Palácio da Liberdade, entende que não seria razoável dizer que assumirá com “uma herança maldita”, referindo-se a Pimentel. Para o candidato, Pimentel assumiu com um déficit do governo do tucano Antônio Anastasia, e o aumentou, criticando o petista afirmando que ele não fez o ajuste fiscal necessário e “quando age ou quando não age, ele causa sempre algum dano”.
Medidas drásticas
Se chegar ao Palácio da Liberdade, o candidato da Rede pretende diminuir o número de secretarias que passariam das atuais 21 para de 15 a 12, cortaria de imediato 25% dos cargos em comissão e, se tiver que parcelar salários, fará primeiro com o seu próprio vencimento, dos secretários de Estado, dos desembargadores, dos comandantes da PM e das autoridade. Se necessário, ele disse que pretende buscar o apoio de outros governadores para judicializar a questão de privilégios e buscar uma mudança nessa lógica de castas, de se beneficiar apenas um pequeno grupo. Se não fizer isso, João Batista disse que ficará refém desse sistema.
Militância política
João Batista dos Mares Guia não é um iniciante na política. Ele foi um dos fundadores do PT e se tornou amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, que frequentava seu apartamento nas vindas a Belo Horizonte. Para Mares Guia, Lula venceu a eleição em 2006 sozinho, depois do escândalo do mensalão. Nessa época, lembra, nem os intelectuais do PT, nem os líderes sindicais se levantaram contra os envolvidos com a corrupção. “Ao contrário, criaram o jargão mexeu com ele, mexeu comigo, para os eleger”. Quando Lula foi preso, lhe veio à memória a compaixão humana. Por outro lado, pensou que “não era justo Lula ser preso e Aécio, que é um corrupto, continuar solto e disputando uma eleição”. Mares Guia também ressalta o fato de ter mantido uma amizade de 40 anos com o governador Fernando Pimentel, do PT, e agora não mais o reconhecer, não saber mais quem ele é. “É doloroso, mas sou escravo dos meus valores”, desabafou durante a sua palestra no Conexão Empresarial.