A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) adotou um tom mais pessimista que o mercado sobre o desempenho do PIB brasileiro neste ano e promoveu uma forte redução em sua projeção para o crescimento do Brasil em 2018, devido às incertezas sobre a condução da economia nos próximos anos. Em um relatório divulgado ontem, o fórum econômico apontou que o país deve crescer 1,2% em 2018, apresentando uma forte queda em relação à previsão anterior de 2%, feita há três meses. Segundo a entidade, “o ritmo da recuperação no Brasil desacelerou em meio a considerável incerteza política sobre as políticas futuras” além dos reflexos da recente greve dos caminhoneiros. “As condições financeiras também se estreitaram um pouco, apesar das vulnerabilidades externas menores do que em muitas outras economias emergentes.” O relatório diz ainda que “reiniciar reformas, particularmente a da Previdência, ajudaria a melhorar a confiança e o gasto do setor privado, permitindo que o crescimento do PIB avance para cerca de 2,5 por cento em 2019”, completa. As estimativas da OCDE ficaram ainda menores do que o mostrado na pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central com mais de 100 economistas, que preveem um avanço da atividade econômica neste ano de 1,36% ante 1,4% na semana anterior. A OCDE também estima que o país crescerá 2,5% em 2019, abaixo da projeção feita em maio de 2,8%.