*Um comentário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto) no Twitter sobre a reforma da Previdência neste domingo gerou reações na rede social. “Ouvi depoimento do economista, que não conheço, Eduardo Moreira, sobre a reforma da Previdência: o ponto dele é correto, tiremos dos que mais ganham, não dos pobres. A reforma é necessária, mas o olhar tem que ser tanto fiscal quanto redistributivo. Eis a questão e a dificuldade”, disse FHC. O ex-presidente se referia ao economista Eduardo Moreira, que participou da comissão especial que discute o projeto da reforma na Câmara na última quinta-feira, 9. Moreira defendeu que a reforma não mexa com os mais pobres e questionou a eficácia do sistema de capitalização tal qual colocado no texto proposto pelo governo. Em seu discurso na comissão, por exemplo, Moreira sugeriu dar a opção de antecipar a aposentadoria àqueles que ganham até um salário mínimo e já cumpriram os 35 anos de contribuição, se a idade mínima for aprovada. A reação do governo, como sempre, veio pelas redes sociais, com críticas a FHC, acusando-o de estar “dando palanque para equivocados”.
*Debates com ministros e votações importantes são os destaques da semana no Senado e no Congresso. Os senadores vão ouvir amanhã o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2020, que prevê um salário mínimo de R$ 1.040 a partir de janeiro. Na quarta-feira a Constituição de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) discute o projeto que proíbe a propaganda de cigarros e o grupo de trabalho do Ministério da Justiça e Segurança Pública que discute a cobrança de impostos sobre os cigarros com o ministro Sérgio Moro.
*O aumento da demanda por docentes com curso superior impulsionou os candidatos a professores no país a buscarem essa capacitação em cursos mais rápidos ou em programas de formação de docentes simplificados. Eles têm procurado também o ensino a distância, sem forte regulação e monitoramento. Os dados estão na publicação Professores do Brasil, lançada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil e a Fundação Carlos Chagas (FCC). O material mostra ainda o perfil do estudante de licenciatura no país, ressaltando pontos importantes. Por exemplo, os estudantes da docência têm renda mais baixa que os de outras licenciaturas: cerca de 61,2% dos estudantes, de 2014, tinham renda de até três salários mínimos. E, desse total, um em cada quatro estudantes tem renda salarial de até 1,5 salário mínimo. “Do início deste século para agora, eles [estudantes de licenciatura] se tornaram mais pobres, provenientes de família com menos instrução”, disse Elba Siqueira de Sá Barretto, professora da Universidade de São Paulo e pesquisadora e consultora da Fundação Carlos Chagas.