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Empresário da indústria vai perdendo a confiança

Paulo César de Oliveira
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A confiança do empresário industrial caiu pelo quarto mês seguido. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 1,9 ponto em maio e atingiu 56,5 pontos. O indicador acumula recuo de 8,2 pontos desde fevereiro. As informações são da pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50 pontos mostram que os empresários estão otimistas. Segundo a pesquisa, o ICEI está dois pontos acima da média histórica (54,5 pontos) e permanece distante da linha divisória dos 50 pontos. “Apesar dessa sequência de quedas, a confiança do empresário ainda pode ser considerada elevada”, destaca a CNI. De acordo com o economista da CNI Marcelo Azevedo, o ICEI costuma aumentar na passagem de dezembro para janeiro e, com mais intensidade, em períodos de mudança de governo. “Agora passamos por um momento de reavaliação, já que os empresários estão percebendo mais dificuldades nesse início de ano em relação à avaliação feita no fim de ano”, destaca, em nota. “Uma queda na incerteza melhoraria o índice. O andamento da reforma da Previdência seria muito importante para uma recuperação da confiança e poderia sinalizar o andamento de outras reformas também importantes, como a tributária, que teria efeitos mais imediatos na economia”, afirmou.

 

Piora na situação da economia e das empresas

Segundo a CNI, a retração no índice foi causada, principalmente, pela piora das condições atuais da economia e das empresas, que recuaram dois pontos e atingiu 47,8 pontos em maio. Conforme o documento, ao se afastar da linha divisória, o índice mostra que o empresário percebe piora das condições de negócio. Em relação às expectativas, apesar do recuo de 1,8 ponto ante abril, o índice registrou 60,8 pontos e ainda permanece bem acima da linha divisória dos 50 pontos. Isso sinaliza confiança do empresário sobre a melhoria das condições futuras da economia e da empresa, destaca a CNI. O Icei de todas as regiões, portes e segmentos retraíram em maio. As maiores quedas ocorreram nas regiões Norte, com recuo de 3,8 pontos, e Centro-Oeste, com queda de 3,3 pontos. Em relação ao porte, a retração foi maior nas médias empresas, de 2,6 pontos. Entre os segmentos, a maior diminuição na confiança do empresário ocorreu na indústria de extração: 4,6 pontos. Esta edição do ICEI foi feita entre 2 a 13 de maio com 2.404 empresas. Dessas, 952 são pequenas, 885 são médias e 567 são de grande porte, informou a CNI.

 

Confiança dos mineiros caiu pela terceira vez seguida

A avaliação dos industriais mineiros sobre a situação atual da economia brasileira piorou de forma mais acentuada do que as relacionadas à economia mineira e às próprias empresas, é o que aponta pesquisa, realizada pela área de Estudos Econômicos da FIEMG, que mostra recuo de 0,6 ponto no índice entre abril e maio. Esse resultado marca a terceira queda consecutiva do indicador, e aponta um arrefecimento da confiança dos industriais mineiros, refletindo um quadro de fraca atividade econômica nos primeiros meses do ano. Entretanto, apesar da retração mensal, o ICEI mostra que os empresários mineiros continuam confiantes, com resultado superior a 50 pontos (limite entre a confiança e a falta de confiança). Maio teve o melhor índice para o mês em sete anos, alcançando 2,4 pontos acima do verificado em maio de 2018 (54,2 pontos), e 4,5 pontos superior à sua média histórica (52,1 pontos).

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