A proposta do governo para a reforma tributária trará um imposto sobre transações delimitado, apenas para substituir a contribuição sobre a folha de pagamento, afirmou nessa terça-feira o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra (foto), indicando que pode ficar mais abrangente no futuro se houver apoio à investida. “Vamos começar devagarzinho, a sociedade testa, vê se gosta e eventualmente pode incorporar outros tributos dentro dele”, disse ele, após cerimônia de posse do novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Histórico defensor da adoção de um imposto único sobre transações dentro de ampla reestruturação tributária, Cintra disse continuar acreditando no potencial do tributo, mas ressalvou que, na sua atual posição, deve ter uma visão mais comedida. “Eu era um professor universitário que fala do púlpito para alunos, com conceitos livres”, disse. “Na cadeira de secretário é diferente, nós temos que ser mais conservadores, temos que dar um passo de cada vez.” “Continuo acreditando na potência de um tributo sobre transações, acho que ele é importante, é tributo com enorme capacidade de arrecadação, incorpora a economia informal, acaba com sonegação, acaba com burocracia, é tributo que não tem um tostão de custo nem para arrecadar nem para fiscalizar”, disse.