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O ano está acabando e, até agora, nada aconteceu

Paulo César de Oliveira
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Quem se der ao trabalho de olhar o calendário verá que já estamos vivendo a segunda metade do mês de setembro. E nada de novo aconteceu. Ainda não conseguimos nem mesmo o esboço de um novo país, como todos esperavam. Os otimistas por profissão, ou por teimosia, falam que já avançamos. Pelo menos temos propostas nos plenários de discussão. Propostas importantes sim, como a da Previdência que segue em ritmo bem mais lento do que se esperava e do que o país precisa. Hoje, quem consegue prever em quanto tempo os efeitos desta reforma serão sentidos? Claro que serão efeitos benéficos e duradouros, mas de longa maturação. Espera-se que haja alguma evolução no processo de análise e julgamento desta reforma nestes poucos dias úteis que restam no mês de setembro. Mas as perspectivas não são animadoras. Assim como não entusiasmam as perspectivas de encaminhamento da reforma tributária que, na visão de muitos economistas, é até mais importante do que a Previdenciária para a retomada de nossa economia. Sua resposta é bem mais imediata. Mas o governo, apesar de todo o alarde que faz, não cuidou dela. Nem mesmo um projeto de reforma tem. Anuncia que não fecha apoio a nenhum dos que tramitam na Câmara e no Senado, diz que terá o que chamará de seu, mas não age. Ainda pior, mostra não ter qualquer unidade em torno do assunto, causando mal estar na economia, mesmo com a contemporização de alguns abnegados empresários, que insistem em afirmar que “a coisa vai caminhando bem” e que os primeiros números positivos começam a aparecer. É a tal “luz no fim do túnel” que, ao contrário, alguns garantem ser o farol da locomotiva que vem desgovernada, colocando todos em risco. Enquanto ficamos a analisar belezas de mulheres dos outros, o país segue sem rumo. E vai fechar o ano, isto é inevitável, com o que o economista Carlos Alberto Teixeira define como um “pibico” ou, um PIB ridículo. Nada indica que conseguiremos mudar alguma coisa na economia neste ano. Mas como dizem que Deus é brasileiro, não custa torcer por um milagre. Como fazem, há muito tempo, os milhões de desempregados e subempregados do país. Gente que chegou a pensar em novos tempos com uma nova política. Os novos tempos ainda não vieram e a política continua velha, como sempre foi.

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