O governo federal calibrou mal no Orçamento de 2020 a receita de R$ 16,2 bilhões que espera receber do processo de capitalização da Eletrobras, que estaria superestimada em cerca de 25%, segundo uma fonte próxima do processo de desestatização da elétrica. A fonte, que falou à Agência Reuters na condição de anonimato, considerou o valor “exagerado” com base em fatores como a tendência de preços da energia elétrica e no valor da privatização da Cesp em 2018, na qual o governo federal também participou do processo. “Erraram na mão e pegaram pesado. Não vale isso”, disse a fonte à Reuters, fazendo uma relação entre a estimativa da outorga e quanto se espera arrecadar com a capitalização da companhia. A capitalização da Eletrobras prevê diluição da participação majoritária da União na empresa pela emissão de novas ações, sem a subscrição dos papéis pelo governo federal —a operação está prevista para o segundo semestre de 2020. “O governo não está olhando para o mercado para ver o apetite e quanto efetivamente se pode e se quer pagar”, completou a fonte, que citou o processo da Cesp, que também envolveu o pagamento de outorga à União pela renovação da concessão da usina de Porto Primavera.