O setor de energia como um todo, termina o ano com chave de ouro, na avaliação do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque (foto). A declaração foi após o leilão de transmissão para fornecer eletricidade a 12 estados: Acre Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Para o ministro, o Brasil termina o ano em excelentes condições e o resultado do leilão, de certa forma demonstra isto. Para ele, o deságio de 60,3% não tira a significância do número, mas é preciso analisar com maior critério. O ministro Bento Albuquerque pondera que “em 2019 foram projetados R$18 bilhões de investimentos para os próximos anos. Isso vai proporcionar ao consumidor uma economia de R$10 bilhões em 30 anos e a geração de 100 mil empregos, nos próximos 5, 6 anos, além de movimentação da economia”.
Leilão com deságio recorde
O leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou um deságio recorde de 60,3%. Os projetos contemplam subestações e linhas de transmissão, que totalizarão uma extensão de 2.470 quilômetros. A concessão terá validade de 30 anos. Cálculos da Aneel indicam que os investimentos aplicados nos empreendimentos chegam a R$ 4,18 bilhões. A Aneel estima, ainda, que, durante a etapa de construção das obras, sejam gerados 8.782 empregos diretos. Na previsão, o lote que apresenta melhor perspectiva quanto à quantidade de vagas é o do Acre, com 1.440 postos. A capacidade da estrutura é de 7.800 mega-volt-amperes (MVA). O prazo para início das operações depende dos termos do contrato firmado com a companhia que prestará o serviço, variando de 36 a 60 meses.
Competitividade
Em alguns casos, houve acirramento na disputa entre as companhias que participaram do leilão. Foi o que ocorreu com o lote 9 do certame, que atenderá a municípios de Bahia e Goiás. O valor máximo, estipulado pelo governo, era de R$ 50,05 milhões, e, após segunda rodada de lances, a Neoenergia S.A. arrematou o lote, com uma oferta de R$ 18 milhões, um deságio de 64,04% em relação à Receita Anual Permitida (RAP). O deságio significa que a receita dos empreendedores com a exploração dos investimentos ficará menor do que o previsto inicialmente no RAP, que é a receita a que o empreendedor terá direito pela prestação do serviço de transmissão a partir da entrada em operação comercial das instalações.