Blog do PCO

Os governadores asseguram a estabilidade do país

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

No meio do caos político vivido no país – o caos vai aí sem qualquer exagero- um fato importante, que poderá ser a nossa saída para tantos impasses, vai passando quase despercebido: a maturidade política do grupo de governadores. Sem abrir mão de suas convicções ideológicas, mas mostrando respeito pelo adversário, sem considerá-lo inimigo, os governadores têm agido em bloco, em defesa dos interesses de seus estados. Governadores do nordeste, por exemplo, esqueceram as diferenças partidárias e foram em bloco à Europa “vender a região” na tentativa de atrair investimentos que não encontram no Brasil. O grupo se uniu também na tentativa de solucionar a violência no Ceará e, certamente, foi a disposição deles em enviar tropas para socorrer o governo petista cearense, que levou o presidente Bolsonaro a rever sua posição, autorizando a permanência do Exército em Fortaleza. O presidente chegou a sinalizar que não manteria as forças federais no Ceará, mas sentiu a pressão dos governadores, petistas e não petistas, e recuou. Nesse final de semana foram os governadores do sul e do sudeste que promoveram um novo encontro do consórcio das duas regiões para se acertarem quanto a reforma tributária e o Pacto Federativo, entre outros assuntos. Há diversas outras ações conjuntas e isoladas dos governadores que se colocam, às vezes, como contraponto político ao presidente – como nos casos da proposta de acabar com ICMS sobre combustíveis e na tentativa de intimidação contra o Congresso- sem alardes e sem ameaçar a estabilidade institucional. A nova “política dos governadores”, da qual o governador de São Paulo, João Doria, é um dos líderes, é, sem dúvida, o fato mais importante do país. É, não se iludam, uma barreira às pretensões indisfarçáveis de alguns que desejam implantar um governo autoritário no país. O melhor deste movimento, e o que lhe dá legitimidade é que ele não tem vinculações partidárias, nem tem sido usado como palanque eleitoral para qualquer de seus membros. Claro que dele pode sim surgir uma candidatura à presidência da República – Doria é o nome mais visível até agora- mas não é esta a motivação do grupo. Criar condições para governarem bem seus estados, é a preocupação de todos. Claro, de olho no presidente Bolsonaro.

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.