O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do Brasil registrou a maior queda desde 2015 no mês de março, em sinal dos primeiros efeitos da pandemia de coronavírus sobre a manufatura brasileira, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FVG). O índice recuou 3,9 pontos em março, para 97,5 pontos, ante 101,4 no mês anterior. A queda é a mais acentuada desde março de 2015, quando o ICI perdeu 6,6 pontos. “O resultado do mês mostra os primeiros efeitos da pandemia de coronavírus sobre a confiança da indústria. O nível de utilização da capacidade instalada e a percepção dos empresários sobre a demanda e a situação dos negócios sugerem que a produção industrial pode já ter sido impactada”, explicou a economista do FGV-IBRE, Renata de Mello Franco (foto), em nota. “Além disso, a forte deterioração das expectativas, principalmente de bens de consumo duráveis, chama atenção para o cenário de incerteza que desponta para os próximos meses”, completou. De acordo com a FGV, em março o Índice de Expectativas (IE) caiu 5,6 pontos, para 96,2 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual perdeu 2,1 pontos, para 98,8 pontos. O nível de utilização da capacidade instalada recuou 0,9 ponto percentual no mês, para 75,3%.