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Para salvar distribuidoras governo joga a conta para os consumidores

Paulo César de Oliveira
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Empréstimos que têm sido negociados pelo governo junto a bancos para apoiar empresas de distribuição de energia após impactos da pandemia de coronavírus sobre o mercado deverão ser pagos posteriormente pelos consumidores em até cinco anos, por meio das tarifas, disse à Reuters nesta segunda-feira, uma autoridade do setor. A medida provisória editada neste mês (MP 950) permitiu a estruturação das operações e o futuro repasse à tarifa, e agora o governo conversa com bancos ao mesmo tempo em que busca outras fontes de recursos que possam eventualmente reduzir o valor do financiamento necessário, segundo o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp (foto).

 

Medo é de aumento da inadimplência

Junto com outros representantes da pasta e do Ministério da Economia, Limp participou na sexta-feira de reunião com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e executivos da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander. “Ainda não há fechamento de participação de banco A nem B, estamos em conversas com diversos bancos públicos e privados, não há discriminação. Estamos trabalhando por uma operação que minimize os impactos para o consumidor”, disse o secretário. “Isso seria pago de forma alongada… não há uma definição de em quantos meses, mas estamos trabalhando com um horizonte de entre quatro e cinco anos”, afirmou Limp. Em paralelo, acrescentou ele, o governo vai avaliar outras fontes de recursos para apoiar o caixa das distribuidoras, que têm se queixado de impactos causados pelo coronavírus sobre o setor, que incluem forte retração na demanda por eletricidade. Também há expectativa entre as empresas de disparada da inadimplência, após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter decidido no final de maio proibir por 90 dias cortes de fornecimento para clientes residenciais e serviços essenciais, mesmo em caso de inadimplência. Executivos de distribuidoras projetaram no início de abril que o segmento poderia precisar de 15 bilhões a 17 bilhões de reais para atravessar sem maiores impactos a crise causada pela pandemia.

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