As revelações do ex-ministro Sergio Moro evidenciaram uma verdade de forma bem nítida: a promessa de Bolsonaro, em campanha eleitoral, de que daria pleno apoio à Operação Lava Jato e travaria guerra sem trégua contra a corrupção endêmica que campeia no Brasil, não passou de meras palavras, sem o propósito de levá-las adiante. Ele apenas se aproveitou do anseio do povo em ver extinta a corrupção reinante e lançou isso como mote na campanha. Não apareceu, ou não foi percebido na ocasião, o que depois de eleito ficou demonstrado: a falta do necessário preparo intelectual e político do presidente, bem como a carência de qualidades de estadista, recursos tão necessários para o bom desempenho de tão importante função. Portanto, lamentavelmente, o que resta agora aos brasileiros é esperar que surja alguém verdadeiramente idôneo, competente e incorruptível para cumprir as promessas esquecidas por Bolsonaro. Com o seu comportamento, agora sintomático, o próprio Bolsonaro pôs Sergio Moro no páreo e, portanto, a possibilidade de não haver o “voto contra”, como se viu em 2018. E nunca é demais lembrar que Moro, diferentemente de Bolsonaro, não traz efeitos colaterais. Talvez Bolsonaro agora passe a se dedicar a administrar o País, pois a reeleição já era.