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Setor de serviços vai atrasar recuperação brasileira

Paulo César de Oliveira
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Para o Banco Central, dados recentes sugerem uma recuperação parcial da economia brasileira, apontando que se de um lado os programas de auxílio do governo impulsionaram o consumo de bens duráveis e o investimento, o setor de serviços segue afetado negativamente pela crise com o coronavírus e deve continuar apresentando maior ociosidade que os demais. “Várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas”, apontou o BC na ata do Comitê de Política Monetária (Copom).“A pandemia deve continuar a ter efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos. Dada a natureza do choque, o setor de serviços deve continuar a apresentar maior ociosidade que os demais”, destacou o BC em outro trecho do documento. Na visão da autoridade monetária, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e a necessária redução dos auxílios emergenciais a partir do final deste ano elevam as incertezas sobre a velocidade de retomada da atividade econômica.Tudo isso pode implicar “um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual da economia”, pontuou o BC.

 

Segunda onda da pandemia é risco para a recuperação mundial

Em maio, o volume do setor de serviços caiu 0,9% frente a abril e 19,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados mais recentes do IBGE sobre o setor. Enquanto isso, indústria e vendas no varejo já mostraram recuperação em maio sobre o mês anterior, com altas de 7% e 13,9%, respectivamente, ainda que na comparação anual tenham caído 21,9% e 7,2%. Pela natureza da crise, o BC frisou ainda que as pressões desinflacionárias por conta da diminuição da demanda com a crise podem ter duração maior que em recessões anteriores. O BC projetou em junho uma queda de 6,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, mas desde então vinha ressaltando que o viés era de melhora para esse número. A nova estimativa do BC para o PIB sairá em setembro. O Ministério da Economia, por sua vez, prevê uma retração de 4,7% para a economia neste ano. Sobre a economia internacional, o BC ponderou nesta terça-feira que a forte retomada no consumo de bens não é acompanhada no setor de serviços, razão pela qual avaliou haver sinais promissores de recuperação, mas que se mostra incompleta. “A principal restrição a uma recuperação plena nas principais economias é a própria evolução da pandemia, sendo a possibilidade de uma segunda onda o principal risco nas economias centrais”, disse o BC.

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