A educação em época de pandemia

Aproveitando que hoje é o Dia das Crianças, vou entrar num assunto que diz respeito ao futuro de todas elas e que está provocando todo tipo de discussão. Desde o anúncio da pandemia de coronavírus, em março, com o fechamento das escolas e a implantação do isolamento social, a vida das crianças e dos jovens sofreu uma mudança brusca e radical. Durante um período longo, os estudantes de todas as idades ficaram inteiramente afastadas de suas atividades, até que as escolas passaram a oferecer aulas on-line. Assim como o trabalho home-office e as videoconferências, as aulas on-line passaram a serem usadas e, com certeza, passarão a ser práticas no “novo normal” das sociedades. As aulas virtuais para alguns cursos estão funcionando bem, como disse ontem a Reitora da UNIFIPMOC, Fátima Turano, em entrevista à jornalista Sueli Cotta para o Blog do PCO. No entanto, há dificuldades a serem superadas em alguns segmentos e, para os alunos de 6 a 14 anos, talvez a melhor alternativas seja a prorrogação de seus cursos para 2.021, unindo com o ano letivo de 2.020. É preciso considerar que nem toda criança tem as mesmas facilidades de aprendizagem em cursos virtuais, isto sem falar na diferença tecnológica entre os aparelhos usados por alunos, em razão das disponibilidades econômicas de suas famílias. Há um outro aspecto fundamental a ser considerado nesta questão da educação on-line que a maioria, eu inclusive, conheça a aceitar como inevitável nos próximos anos: o papel da escola na socialização das crianças e dos jovens. Não são apenas números e letras que as crianças e jovens vão aprender no ambiente escolar. É na escola, no convívio com os colegas, que eles vão ser socializados, vão, às vezes até com algum sofrimento, aprender com os colegas as regras da convivência social. On-line ninguém aprende isto. Penso assim, como pensam também muitos, talvez a maioria, dos educadores. E é preciso que as autoridades educacionais adotem uma medida urgente, pois o ano está acabando. E o próximo está perto de começar sem regras definidas.