Ficou para hoje a definição da Câmara Federal sobre a punição ao deputado federal Daniel Silveira (PSL). Mas a decisão por unanimidade do Supremo Tribunal Federal e a repercussão do caso nas redes sociais e entre os próprios parlamentares, indica que o parlamentar não escapará de uma punição. Resta saber se os deputados vão definir pela sua prisão, como determinou o STF, pela perda do mandato, ou se vão deixar o assunto esfriar para cair no esquecimento. O assunto é o primeiro item da pauta da reunião que o presidente da Câmara, Arthur Lira (foto), PP-AL, pretende ter com os líderes dos partidos antes de levar o assunto ao plenário. Indiferente à lei e às regras, Daniel Silveira já afirmou ter orgulho por ter sido preso mais de 90 vezes quando era da Polícia do Rio de Janeiro, a maioria das vezes por mau comportamento, ausência de compromisso e incompatibilidade com o serviço policial militar.
Tudo tem um foco
O parlamentar Daniel Silveira fez um vídeo no YouTube desferindo diversos impropérios, impublicáveis, contra os ministros do Supremo Tribunal Federal. Mas ele não fez isso gratuitamente. Havia ali uma clara tentativa de se voltar, em meio à pandemia, ao clima de desarmonia institucional. Ademais, quer-se também, e todos sabem de quem estamos a falar, testar os limites. Nesse sentido, o vídeo é feito adredemente com a pretensão de saber quem no parlamento está cooptado e o quanto o Judiciário aguenta. Ontem, por unanimidade, o STF deu um basta. Aguardemos para ver quantos são aqueles. A propósito, alguém aí se lembra daquela famigerada reunião no Palácio do Planalto, em 22 de abril de 2020, na qual o desditoso ex-ministro da “Educassão” disparou, sem nenhuma censura presidencial, xingamentos contra o Supremo?