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Ufanismo idiota

Paulo César de Oliveira
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O Brasil ocupa o 3º lugar entre os exportadores agrícolas mundiais. E sua posição de player global no mercado de alimentos cresce fortemente. Tal situação tem provocado uma série de especulações sobre a importância da contribuição brasileira na alimentação mundial. Dados exagerados criaram uma espécie de ufanismo rural, como se o mundo dependesse do Brasil para comer. Pelos dados oficiais, a produção total de alimentos do Brasil alcançou 408 milhões de toneladas em 2020, somando-se todos os tipos de gêneros alimentícios. Desse volume total, o país exporta cerca de 152 milhões de toneladas. Em decorrência, pode-se estimar, por subtração, que permanecem no país, para abastecer a população, 256 milhões de toneladas de alimentos brutos. Esses dados foram obtidos por estimativas e cálculos mostrados no livro de Xico Graziano (foto), intitulado “Agricultura, fatos e mitos. (Foto reprodução internet)

O que os brasileiros consomem

Dividindo-se essa quantidade, destinada ao mercado interno, pela população brasileira, chega-se ao valor aproximado de 1.220 quilos/habitante/ano. Ou seja, repetindo, os 210 milhões de brasileiros consomem 256 milhões de toneladas brutas de alimentos. Supondo-se esse mesmo padrão alimentar, o volume das exportações nacionais daria para alimentar, de forma integral, outros 125 milhões de pessoas pelo mundo afora. Resultado: mantendo-se no mesmo patamar da alimentação nacional, o agro brasileiro seria capaz de alimentar, plenamente, 335 milhões de pessoas, sendo 210 milhões em seu mercado interno.

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