Não vamos sair da crise econômica num estalar de dedos, como tentam nos fazer acreditar o governo e seus apoiadores mais fanatizados. Nossos problemas atuais, e futuros, também não são o resultado de um único governo, o de plantão, como querem fazer parecer seus opositores. Tampouco são consequência apenas de uma pandemia que abalou o mundo e nos atingiu no auge das trapalhadas políticas e administrativas. Nossos problemas não são novos e também não são de solução rápida do tipo privatizar ou aprovar reformas. São tão complexos nossos problemas que, em plena crise do emprego, com o país registrando um recorde de 15 milhões de desempregados, temos, por mais estranho que possa parecer, um apagão de mão-de-obra qualificada, atingindo principalmente o setor industrial, embora outros segmentos econômicos também se ressintam da carência de pessoal com conhecimento técnico e operacional. São pelo menos 300 mil vagas a serem preenchidas nos próximos dois anos no setor industrial por trabalhadores com qualificação de nível médio. Isto sem falar na baixa qualidade dos que têm escolaridade de ensino médio, mas são incapazes de ler e entender um manual ou de se comunicar com os clientes pessoalmente ou por e-mail. Este é um quadro que os mais realistas, sem alarmismos, carimbam com viés de baixa. O ensino à distância num país que não detém a tecnologia para a sua utilização e carece de mão de obra e estrutura para sua utilização, vai, segundo técnicos, piorar a formação de profissionais em todas as áreas. Esta é uma situação real que deveria estar ocupando as autoridades e as chamadas “lideranças empresariais”. Deveria estar, mas não está. Sendo assim, nossas chances de retomarmos o crescimento econômico sustentável vão ficando cada vez menores. É hora de acordarmos do sono letárgico. (foto reprodução internet)