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Toda crise tem solução

Paulo César de Oliveira
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“O sofrimento humano só é intolerável quando ninguém cuida”. Essa frase define o trabalho de acolhimento das pessoas que sofrem com “a dor total”, segundo afirmou a psicóloga clínica, Laura Gabriela Almeida, durante o Conexão 20/21, evento promovido pela VB Comunicação. É, segundo ela, a dor física, que pode levar a degradação moral. A dor emocional, a dor psíquica, a desesperança, que leva a uma redefinição da vida, além da dor social, que é o medo do isolamento, o abandono. A dor espiritual, onde se perde o sentido da vida. Durante a pandemia, também foi necessária uma atenção especial aos profissionais da saúde, que lidaram com a dor do outro e com a própria dor. É preciso vivenciar a situação e ter a noção de que tudo passa, de que nada é eterno. A partir daí, desenvolver uma ação e pedir ajuda. Transitar entre os sentimentos, um processo necessário para acalmar a alma. Toda crise tem uma solução, um prazo de validade e um ensinamento para a vida.

Cultivar a felicidade

É inegável que a Covid trouxe vários desafios intensos, uma dor inimaginável da perda de um ente querido, segundo a psicóloga, diretora e tutora dos cursos do Centro Sofia Bauer, Carol Gusman (foto). A pandemia trouxe vários traumas, segundo ela e todos nós sentimos mal estar. Muitos ficaram distantes dos pais, perderam familiares, amigos e quando isso acontece é mais difícil. Simples atividades como correr, levar a criança na escola, tudo o que se fazia para relaxar, todos esses impedimentos tocaram de uma forma muito triste. Uma forma eficiente de tratar da saúde mental passa, segundo ela, por atitudes como a de cultivar a felicidade, que é uma questão que pode ajudar a recuperar as pessoas em situações traumáticas. A ciência diz, segundo ela, que o nosso sistema imunológico melhora quando conversamos com alguém, quando desabafamos. Isso significa que a pessoa lida melhor com as adversidades e vai um passo além da resiliência. Esse é um termo tirado da engenharia, é como se fosse uma bola que ao ser lançada, ao retornar, retoma a forma original. Após a pessoa suportar toda essa pressão, ela volta ao normal e será ainda mais forte. Citando Nietzsche, com a frase “tudo o que não mata, fortalece”, Carol Gusman disse que o trauma pode nos derrubar ou nos tornar mais fortes. Para ela, não precisamos ficar reféns dos nossos pensamentos. Precisamos conversar e para isso existe a terapia, lembrando que quando nós estamos bem com a gente, nós estamos bem com os outros.

Buscar gatilhos

Nosso corpo é o reflexo da nossa mente e quando nosso corpo não está bem é preciso buscar os gatilhos, segundo a nutricionista Patrícia Rabelo, em sua participação na terceira edição do Conexão 20/21, evento promovido pela VB Comunicação. Ela disse que tem se especializado em doença, porque o corpo somatiza tudo. Se não houver esse entendimento fica difícil para a pessoa emagrecer, por exemplo. Patrícia Rabelo disse que antes as pessoas buscavam a estética, hoje elas buscam a saúde. Ela alerta que não é preciso inventar moda, é só usar o que a natureza produziu. É preciso dormir cedo, acordar cedo, comer alimentos da estação. Com a pandemia, Patrícia disse que a demanda para exames bioquímicos aumentou muito. Isso porque esse cenário da pandemia foi mais pesado mentalmente, pois muitos pacientes tiveram perdas, aconteceram suicídios, mudanças no comportamento, situações que levaram ao aumentou do uso de remédios para dormir. Muitos, segundo ela, somatizaram e tiveram problemas devido a desordem mental. O que se tenta fazer com a nutrição é acolher e ter a sabedoria para buscar os gatilhos, que na maioria das vezes é de fundo emocional.

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