O resultado do leilão de concessão do aeroporto da Pampulha, com o ágio que foi atingido, de 245,49%, não deixa dúvidas quanto ao que está reservado a esse importante equipamento de infraestrutura de Belo Horizonte, que terá um novo papel para os próximos 35 anos. O aeroporto da Pampulha sempre gerou discussões e muito saudosismo, mas era preciso calibrar bem, olhando à frente, qual seria o seu melhor modelo de operação, tendo em conta o desenvolvimento da economia da capital e do estado. O governo Zema (foto) foi determinado e sai vitorioso em sua primeira iniciativa em transferir ativos para a iniciativa privada. Soube construir pontes com a administração federal e trouxe para o seu campo a iniciativa em concessionar o aeroporto da Pampulha, sabidamente um case diferenciado, onde não podia errar. Valorizou estudos e estratégias de longo prazo já existentes, elaboradas por governos anteriores que apontavam que o projeto para Pampulha não poderia ser predador do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Seu papel seria o de complementar a plataforma de infraestrutura aérea na Região Metropolitana e torná-la mais competitiva, em todos os segmentos da aviação, na região Sudeste do Brasil. Já se prenuncia que o vencedor do certame, em linha com as balizas do edital de concessão, deverá aqui buscar consolidar o melhor aeroporto de aviação executiva do país, voltado, inclusive, para o exterior, e ampliar o complexo de manutenção para aviões de médio e pequeno porte além de melhor explorar nichos na aviação regional. A CCR Aeroportos, agora com 17 aeroportos, não deixará o aeroporto da Pampulha escanteado ao contrário, vai otimizá-lo e tirar o melhor partido de sua integração com o BHAIRPORT e com a malha de outros aeroportos que arrematou, em leilão recente, como Foz do Iguaçu.
O leilão
A Companhia de Participações em Concessões, representada pela corretora Mundinvest, venceu o leilão para administrar o aeroporto da Pampulha. A Companhia tem à frente o grupo CCR Aeroportos – o mesmo responsável pela BH Airport, que administra o Aeroporto de Confins. O lance inicial era de R$ 9 milhões e foi disputado com o Consórcio Asa, representado pela corretora Ativa. Depois de mais de 15 propostas, a CCR conquistou o leilão por R$ 34 milhões. O ágio, diferença entre o mínimo fixado pelo governo e a soma dos lances vencedores, foi de 245,29%. Mais do que passar a administrar o aeroporto da Pampulha, o grupo tem agora a certeza de que as operações no aeroporto da Pampulha não irão interferir nas do aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Quando soube do resultado do leilão, o senador Antonio Anastasia comemorou o resultado. Segundo ele, “um ciclo se fecha e uma nova oportunidade se abre para o desenvolvimento da infraestrutura do nosso Estado.” (Foto reprodução internet)