Estratégia ou incompetência? Num governo tão confuso, fica difícil saber o porquê de as coisas acontecerem de uma forma que, aos de bom senso, é o avesso da lógica. Estranho que assim venha acontecendo em um governo comandado por um militar, que o brasileiro tem como modelo de disciplina, ultrapassando todos os limites do razoável e da ordem. É inadmissível a balbúrdia que vem acontecendo no Ministério da Saúde que, fora de qualquer razão lógica, insiste em patrocinar o uso de um medicamento contra a covid 19, descartado como ineficaz pelas principais agências de saúde do mundo. Aqui, meia dúzia de profissionais obscurantistas e negacionistas, cujo único objetivo parece ser agradar ao chefe, usa o ministério para insistir na recomendação de medicamentos inúteis e no ataque aos resultados da vacinação. Têm o desplante, com a conivência do chefe, o presidente Bolsonaro (foto), de dizer que a vacina não serve para nada. “Aí tem coisa”, colocaria sob suspeita o presidente- como já fez em outras situações, sempre em confronto com a lógica. Pior, o documento que defende o kit covid e coloca sob suspeita a vacinação, assinado por um oftalmologista sem visão, desmente a fala do próprio ministro. É muita desorganização de um governo eleito pelo voto popular com a promessa de colocar ordem no país. O que, afinal, pensa o presidente Bolsonaro ao alimentar, por ação ou omissão, esta bagunça em área tão sensível de seu governo. O que afinal pensa o presidente ao assinar decretos que permitem a destruição de cavernas Brasil afora. O que pensa o presidente Jair Bolsonaro ao fechar olhos e ouvidos às denúncias contra o garimpo ilegal na Amazônia que está destruindo a região livremente, como faz agora no rio Tapajós, numa área de alto potencial turístico. “Aí tem” diria o presidente. (Foto reprodução internet)