Passada a “janela partidária”, um dos momentos mais definidores na disputa, o jogo começa a ficar mais claro, com a definição das peças no tabuleiro do xadrez eleitoral. Quem tinha que sair, saiu, quem tinha que ficar, ficou, os partidos e nas equipes de governo em todos os níveis. Assim os governos têm as equipes definidas para seguir administrando os partidos, pelo menos em tese, têm seus grupos definidos na guerra das urnas. Digo em tese por que a janela partidária deixou claro que não existe qualquer relação de afinidade e respeito entre políticos e partidos. Troca-se de partido como se troca de camisa. Com raras exceções, não tente entender o comportamento e os compromissos de um político com a sua legenda. Esta relação vai depender de seus interesses, muitas vezes inconfessáveis. Prova disto é que mais de 20% de nossos parlamentares com mandatos federais trocaram de legenda na última semana. Muitos deles mudaram de partido mais de uma vez ao longo do mandato. É assim que se faz política no Brasil, com conhecimento e cumplicidade dos eleitores que também votam sem qualquer critério. Melhor assim que qualquer ditadura, sabemos bem disto. Agora, com as peças dispostas no tabuleiro, embora ainda em articulações alguns agrupamentos para sustentar candidaturas, é hora de se trabalhar a disputa com decência e sem radicalismos. Hora também de o eleitor começar a pensar em quem votar, sem perder de vista que sua escolha terá forte influência em sua vida e na vida de todos nós. O voto, é preciso lembrar, não pode ser instrumento para homenagear ídolos pessoais, mitos de toda ordem ou alçar à condição de líder quem não tem quaisquer condições de liderar absolutamente nada. Votar, reconheço, não é fácil. Não é apenas lançar o voto nas urnas. Exige cuidado, análise e bom senso. Mas, quem está na política não pode se esquecer de que, apesar da eleição, a vida segue. Quem não se desincompatibilizou para buscar o voto, ou quem está entrando agora na administração publicação cobrindo a lacuna dos que escolheram as urnas, não pode se esquecer de que o Brasil precisa, em todos os níveis de governo, de pessoas comprometidas com a seriedade e honestidade além, claro da competência, sem o que não vamos conseguir superar a crise que se instalou entre nós por várias razões, mas muito fortemente pela incompetência dos governantes. (Foto reprodução internet)