As pesquisas eleitorais divulgadas na semana passada, entre elas a DataFolha, que normalmente alcança grande repercussão, indicaram a manutenção da polarização e grandes chances de vitória de Lula já no primeiro por uma margem relativamente folgada. As oscilações nas intenções de voto de Lula e Bolsonaro não fazem prever, até aqui, uma reviravolta no quadro, ainda mais que os demais candidatos, especialmente os da chamada terceira via, Simone Tebet (foto) e Ciro Gomes (foto), não conseguem deslanchar na preferência do eleitor. As próximas pesquisas, e elas deverão ser agilizadas pelos institutos já nesta semana, deverão captar os reflexos do episódio envolvendo o ex-ministro e pastor evangélico Milton Ribeiro, grampeado pela PF, revelando ter recebido informações privilegiadas do presidente Bolsonaro sobre inquérito que apura corrupção no Ministério da Educação envolvendo pastores protegidos pelo presidente. Para muitos analistas, inclusive da base do presidente, a revelação causa estragos no discurso de combate a corrupção desenvolvido por Bolsonaro, o que poderá significar perda de apoio e votos. Pode ser, mas na verdade nada do que está acontecendo é novidade na política brasileira exceto, é claro a violência pregada pelos radicais. Quanto a corrupção que vai aparecendo, infelizmente, é enraizada na política brasileira e pior, aceita pelo povo que considera esta praga um fato natural da politica. Tão natural e antiga que um velho político paulista, que chegou a disputar a presidência da República no fim da década de 1950, tinha como slogan o “rouba, mas faz”. A verdade é que em algum sentido, a situação piorou. É com continuam roubando- sem generalizar, por favor- e não fazem nada. Acompanhar esta disputa será bem interessante. Com qual discurso os dois candidatos melhor colocados vão se apresentar diante do eleitorado. Será, pelo desdobramento dos fatos, uma campanha do sujo falando do mal lavado. Ruim para o país. O vazio de ideias na campanha presidencial parece se refletir nas campanhas estaduais. Os candidatos- por enquanto pré-candidatos- não têm propostas a apresentar e os que se ariscam a fazer promessas se mostram despreparados e demagogos. Falam como se os problemas do país fossem de fácil soluções e que persistem por falta de coragem dos políticos. Falta seriedade aos candidatos, quanto aos que pretendem comandar os Executivos estaduais quanto aos que buscam uma vaga nos Legislativos. E o eleitor? Bom, este permanece alienado e disposto a eleger quem prometer mais. Mesmo sabendo que são promessas vazias, que nunca serão atendidas. (Foto reprodução internet)