Blog do PCO

Contando os dias e as horas

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

Para nós eleitores, faltam poucos dias para as eleições. Para os candidatos, faltam poucas horas. Há uma ansiedade indisfarçável ente os candidatos pelo que sairá das urnas que as pesquisas preveem, mas nem sempre acertam. Entramos agora na fase de ajustes das pesquisas, com as correções de rumo dos levantamentos. Em algumas, as disparidades são tão gritantes que o melhor mesmo será não divulgar os levantamentos sinais para não passar recibo de erros ou má fé nos levantamentos anteriores. É sempre assim e não será diferente agora. Mas o que preocupa mesmo aos cidadãos – a quem deveria preocupar, parece que não- é o risco do recrudescimento da violência, resultado da polarização da disputa, sustentada, desde o início, por Bolsonaro e Lula como estratégia para afastar a possibilidade e surgimento de uma candidatura alternativa que afastasse um deles do segundo turno. Deu certo par eles, deu errado para o país. Dificilmente alguém terá um outro exemplo de campanha, especialmente a presidencial, com um nível político e verbal tão baixo. Uma campanha tão sem propostas, e os que se aventuraram por este caminho foram de um vazio chocante, como esta que estamos sendo obrigados a assistir. Uma campanha em que, volto ao caso presidencial, se tratam como bandidos- um ladrão, outro genocida- sem a menor cerimônia e sem medir as consequências deste linguajar chulo no comportamento presente e futuro do cidadão brasileiro, eleitor ou não nesta disputa. As pesquisas sinalizam um receio crescente do eleitor. Parcela significativa do eleitorado – quando digo significativa é por ser suficiente para alterar o resultado da disputa- já considera a hipótese de se abster, de não comparecer para votar, com medo de agressões de fanáticos imbecilizados. Este, a cada dia, vai se transformando num risco real, sem que haja qualquer providência, seja dos candidatos, seja das chamadas autoridades responsáveis, que mantém um intrigante silêncio sobre o assunto. O voto, mais do que uma obrigação do cidadão, é um direito que ele precisa ver assegurado por quem tem o dever – e é regiamente pago por isto, de assegurar a lei e a ordem. 

Se a violência do radicalismo assusta agora, muito mais assusta quando se vislumbra o futuro. O país não pode enfrentar o risco e as incertezas de um mundo em crise, num clima de guerra. É preciso buscar a paz. Buscar o diálogo. Acalmar os exaltados, não estimulá-los como têm feito, de forma irresponsável como têm feito alguns dos que se dizem líderes políticos. Ninguém governa num clima de guerra. Mesmo os que promoveram, por seus atos e omissões, a divisão entre os cidadãos unicamente para buscar o poder.  (Foto reprodução internet)

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.