Lula foi eleito para o seu terceiro mandato com uma narrativa que condenava veementemente o “orçamento secreto”, moeda de troca que o governo Bolsonaro encontrou para construir e manter sua coalizão, ainda que minoritária, no Congresso. Durante a campanha eleitoral, Lula argumentou que “Bolsonaro parece um bobo da corte. Ele não coordena o orçamento”. “O orçamento secreto não é moeda de troca, é usurpação de poder. Acabou o presidencialismo. Bolsonaro é refém do Congresso, ele sequer cuida do orçamento”, complementou o presidente. Lula, surpreendentemente, preferiu reeditar a sua própria versão reciclada de orçamento secreto por meio de negociações informais e a portas fechadas com os legisladores. A análise é do cientista político e professor titular da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV EBAPE), Carlos Pereira (foto). (Foto/reprodução internet)