Deltan Dallagnol (foto) se despediu ontem do seu mandato, com um discurso no Salão Verde da Câmara com um discurso em que disse que “o Lula está em festa, o Eduardo Cunha está em festa. A corrupção está em festa. Eu perdi meu mandato porque combati a corrupção”. Dallagnol acredita que “eu fui cassado por vingança. Fui cassado porque eu ousei me unir quando eles conseguiram me cassar, liderados por um ministro que, na diplomação do Lula, falou ‘missão dada, missão cumprida”. O ex-coordenador da Lava Jato ressaltou que a sua cassação resulta de uma ação movida pelo Partido dos Trabalhadores, o mesmo do presidente Lula e “conseguiram que sete ministros superassem todos os pareceres de decisões unânimes exteriores, liderados por um ministro, Alexandre de Moraes”. Dallagnol disse que “todo tombo dói, mas não vou desistir”. Ele pretende recorrer da decisão do TSE no Supremo Tribunal Federal.
Interdição
Enquanto Deltan Dallagnol articula recorrer ao STF, alguns parlamentares tentam ir ao seu socorro. Ontem o vice-presidente Hamilton Mourão foi à tribuna do Senado para solicitar ao Congresso “a interdição imediata da cassação de Deltan Dallagnol. Face à interminável arbitrariedade, não iremos e não podemos nos calar. É inadmissível que a justiça seja uma extensão do poder. A cassação do deputado paranaense foi ilegítima e eu não me calarei diante da omissão dos partidos políticos e da direção desta Casa”. Ontem, Dellagnol também se reuniu com os senadores Sérgio Moro, Eduardo Girão (Novo-CE) e as deputadas Adriana Ventura (Novo-SP) e Rosângela Moro (União Brasil-SP), esposa do ex-juiz, também participaram do encontro para discutir uma alternativa para Dallagnol.