O desprezo pelo cidadão

O Brasil virou uma vergonha para os brasileiros. No alto da pirâmide acusações de desvio e venda de joias recebidas pelo presidente Jair Bolsonaro de governos estrangeiros e que, pelas normas da presidência da Repúblicas, deveriam estar incorporadas ao patrimônio do país. No dia a dia do cidadão comum, a triste notícia de que o Governo do Rio de Janeiro vai construir muros nas principais vias expressas da cidade, aquelas que cortam “áreas de comunidade”, para evitar tragédias com “balas perdidas, aquelas disparadas de forma desvairada por polícias e bandidos, que têm matado inocentes e crianças moradores das comunidades. Nos dois casos o que se vê é a falência do Estado. Na venda de joias a falência moral. É inadmissível que um presidente da República- ao que parece ex à época- venda, para proveito próprio presentes recebidos de governos estrangeiros em suas viagens oficiais pelo mundo. Já seria vergonhoso se os bens vendidos em leilões fora do país fossem presentes pessoais. Mas não são. São bens que deveriam ter sido incorporados ao patrimônio da Presidência e que segundo as investigações, foram desviados, para não dizer furtados, ou mesmo roubados porque cometeram uma violência contra o povo. E os desvios, dizem os responsáveis pelas investigações, envolvem não apenas um ex-presidente, mas também altas patentes militares. No caso do muro para evitar balas perdidas fica evidente a incapacidade administrativa e o desprezo pelo cidadão dos governos federal e estadual. E vez de um combate efetivo ao crime, o que não significa chacina contra criminosos e inocentes- optou-se por construir um muro de proteção para quem transita pelo local. Um muro que, em princípio, poderá ser transformado em trincheira para os criminosos. Pura incompetência. Dos dois casos, difícil saber qual envergonha mais. (foto/reprodução internet)