A relação entre Brasil e Argentina após a vitória do ultradireitista Javier Milei (foto/reprodução internet) no país vizinho não deve ficar nada fácil. Pelos sinais enviados pelos assessores de Lula serão muitas as dificuldades. O ministro a Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou ontem que Javier Milei ofendeu Lula de “forma gratuita” e cobrou um pedido de desculpas do argentino para o início de uma relação entre os dois. Durante a campanha, Milei chamou Lula de “comunista” e “corrupto” em um programa de TV. Logo após a divulgação do resultado, Lula parabenizou o povo e as instituições argentinos pela conclusão do processo eleitoral, porém não citou Milei. O comunicado foi pelas redes sociais.
Lenha na fogueira
Para aumentar a polêmica, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem que recebeu um telefonema de Javier Milei, e que foi convidado para a posse no país vizinho. Já o presidente Lula avisou que não irá à posse do presidente argentino, no próximo dia 10.
O que esperar?
Aos 53 anos, Milei assumirá um país em severa crise econômica, com 40% de sua população na pobreza e uma inflação anual de três dígitos. Entre as principais propostas do ultraliberal para a economia está a diminuição do Estado e a dolarização da economia para reconstruir o país. Segundo o professor da UFMG e diretor da Quaest Pesquisa, Felipe Nunes, depois dos “fracassos” dos governos do ex-presidente Mauricio Macri e do atual Alberto Fernandez, sobrou o sentimento antissistema como opção popular. Em seu discurso da vitória, Milei ponderou que haverá tempos difíceis pela frente e que a retomada plena pode levar décadas. “Hoje começa o fim da decadência Argentina e começa a nossa reconstrução. Hoje termina o modelo empobrecedor do Estado onipresente. Termina a ideia de que o Estado é um butim a ser dividido”.
