O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ricardo Villas Boas Cuêvas (foto/reprodução internet) disse ontem, em Belo Horizonte, que a onda de popularização das deepfakes – mecanismo que usa inteligência artificial (IA) para trocar rostos de pessoas em vídeos, manipular vozes e até sincronizar movimentos labiais – pode ter consequências desastrosas para o resultado de eleições já em 2024, ano de pleito municipal no Brasil. Cuêvas disse que temos o exemplo da Argentina, onde houve “o uso da inteligência artificial para gerar deepfakes e falsa informação. Isso se torna cada vez mais barato e usuários comuns já têm acesso a isso e já podem gerar imagens a partir de comandos verbais ou escritos. Obviamente, isso vai facilitar muito o uso dessas ferramentas para criar uma situação de rivalidade acentuada nas eleições, em prejuízo, evidente, da democracia, da transparência e da capacidade do eleitor de formar sua própria convicção livremente”, analisa o magistrado, que participou da 24ª Conferência Nacional da Advocacia Brasileira.