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Questões inadiáveis

Paulo César de Oliveira
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O Brasil entra no segundo ano de governo Lula com algumas situações a serem resolvidas, como a convivência com o Congresso Nacional. No Senado o presidente Rodrigo Pacheco relaciona-se bem com o governo e, nesta semana, reúne-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto/reprodução internet), voltando de suas merecidas férias, para tratar do veto a desoneração que tem preocupado todo empresariado nacional. Já na Câmara o jogo é mais pesado com o presidente Artur Lira que sabe exercer a força do Centrão. Lira também joga para exercer a condução da sucessão na eleição da nova mesa, e seu candidato, o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), tem tudo para se eleger o que indica que o governo tão cedo se verá livre da influência dele nas decisões do centrão e da Câmara. Mas quem terá sobre si o olhar atento de toda a sociedade, é o futuro ministro Ricardo Lewandowski, que em duas semanas passa a ter a responsabilidade de encontrar soluções para o problema da violência e da criminalidade no país, questão que se rivaliza com a economia – talvez até a supere – na preocupação de todos os cidadãos, independentemente de sua condição social. Se na economia, malgrado a ação de alguns grupos que só buscam se beneficiar, sem considerar os interesses da nação, tivemos resultados positivos no primeiro ano de Lula, no controle da criminalidade, fomos um horror. O crime organizado, o desorganizado, o desvairado, atingiu número e níveis alarmantes, alimentado pela impunidade assegurada pela desarticulação do Estado em suas ações de repressão e por uma legislação penal que precisa ser revista. Uma reviravolta nesta realidade vai depender fundamentalmente das ações de Lewandowski e sua equipe. Quem cuidará da segurança pública e qual autonomia terá? Como será a articulação com os governadores, atores imprescindíveis no combate à criminalidade. O que o Brasil espera é que o novo ministro demonstre, na Justiça e Segurança Pública, o mesmo empenho e eficiência demonstrados por Haddad na economia e que tenha ainda mais respaldo que o ministro da Economia teve de seus pares.

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