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Peixe morre pela boca

Paulo César de Oliveira
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As falas do presidente Lula da Silva, mais uma vez, ajudaram a pressionar o câmbio. O dólar abriu o pregão de ontem, em queda de 0,25%, mas logo inverteu o movimento e começou a subir. A moeda americana fechou o dia em R$ 5,5883, alta de 1,47%, após bater a máxima de R$ 5,59. A última vez em que o dólar fechou acima desse patamar foi em 10 de janeiro de 2022. Um resultado fiscal pior do que o esperado somou-se à desastrada entrevista à Rádio FM O Tempo, na qual Lula voltou a atacar Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC) e disse que o executivo não está fazendo o que deveria fazer. “Isso vai melhorar quando eu puder indicar o presidente do Banco Central, e vamos construir uma nova filosofia”. A fala do presidente logo foi interpretada pelo mercado como indício de que Lula vai interferir nas decisões do BC assim que seu indicado assumir, provavelmente Gabriel Galípolo (foto/reprodução internet). Só neste mês, o dólar subiu 8,26% e, no ano, 14,97%. Parte desse movimento vem do mercado externo e das preocupações em torno dos juros americanos. A outra fonte de pressão vem do mercado interno, sobretudo pelas constantes entrevistas nas quais o presidente Lula retomou a artilharia contra Campo Neto, além de reforçar a política de gastos públicos.

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