O Brasil enfrenta um longo trajeto para equilibrar suas contas públicas. A análise é da economista sênior da LCA Consultores, Thaís Zara(foto/reprodução internet). Segundo ela, o crescimento das despesas obrigatórias está “incompatível” com o limite de gastos, podendo levar a um colapso nas demais despesas do Orçamento. Para que o governo do presidente Lula recupere seu selo de bom pagador, é fundamental estabilizar a relação entre a dívida bruta e o PIB, atualmente em 78,6%.
Zara estima que as receitas precisariam superar as despesas em cerca de 1,5% do PIB, o que equivale a um superávit de R$ 100 a R$ 150 bilhões. Contudo, ela observa que o aumento da arrecadação é incerto, considerando as dificuldades atuais. Em 2024, o Brasil já registrou um déficit primário de R$ 100 bilhões. A agência Moody’s melhorou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva, enquanto a Fitch expressou ceticismo quanto à melhoria da nota no curto prazo, citando a questão fiscal como um ponto fraco.